Chefe de observadores da ONU diz que violência limita sua missão na Síria

Damasco, 15 jun (EFE).- O chefe da missão de observadores das Nações Unidas na Síria, general Robert Mood, demonstrou nesta sexta-feira sua frustração pela escalada da violência no país, o que limita seu trabalho de supervisão no terreno.

Em declarações à imprensa, Mood destacou que a violência se intensificou nos últimos dez dias por parte dos dois lados, em alusão ao regime e aos rebeldes, o que representa um "risco significativo" para os observadores internacionais.

"Parece que falta vontade para ver uma transição pacífica e que, por outro lado, há tentativas de avançar rumo a posições militares", considerou o general norueguês.

Mood afirmou que a escalada de violência está "limitando" a capacidade dos observadores para verificar o que acontece e ajudar a instaurar o diálogo e a estabilidade no país.

O chefe dos observadores disse estar "frustrado" e lembrou que o importante é que o regime e a oposição "deem uma oportunidade à missão" para realizar seu trabalho.

Sob o mandato do Conselho de Segurança da ONU, 300 observadores não-armados estão desdobrados no país para comprovar o cumprimento do cessar-fogo decretado no último dia 12 de julho, apesar de que, desde então, os atos de violência continuaram causando a morte de centenas de pessoas.

Dito cessar-fogo faz parte do plano de paz proposto pelo enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, e que foi aceito pelas partes em conflito.

Essa iniciativa estipula, entre outros pontos, a cessação das hostilidades, a libertação dos detidos de forma arbitrária, a retirada militar das cidades, a entrada de ajuda humanitária e o início de um diálogo político.

Mood rejeitou que a situação na Síria tenha se transformado oficialmente em uma guerra civil, já que argumentou que não podia reduzir a um só termo o que está ocorrendo no país.

No entanto, admitiu que seus observadores viram como a oposição declarava ter tomado o controle de amplas áreas em distintas cidades e que as forças do regime estavam tentando recuperá-las.

O chefe da missão acrescentou que teve vários encontros com altos comandantes do rebelde Exército Livre Sírio (ELS), que combate as tropas do presidente sírio, Bashar al Assad.

Mood apontou que seu trabalho consiste em convencer o regime e os opositores que "não estão se beneficiando da destruição da outra parte" e que deveriam deixar as armas e começar a dialogar para melhorar a situação do país.

Desde que começou a revolta contra Assad em março de 2011, pelo menos 11 mil pessoas morreram como consequência da violência, segundo números da ONU.

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