Negociações nucleares entre Irã e grupo 5+1 entram em fase "intensa"

Em Cairo

  • Mohammed Abed/AFP

    Egípcia lança seu voto em assembleia de votação em Cairo, no Egito, neste domingo (17), quando o país elege seu primeiro presidente democrático

    Egípcia lança seu voto em assembleia de votação em Cairo, no Egito, neste domingo (17), quando o país elege seu primeiro presidente democrático

Jordi Kuhs.

Viena, 17 jun (EFE).- As negociações nucleares entre Irã e o grupo 5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha), que têm objetivo de pôr fim a uma década de conflito em torno do programa atômico iraniano, entraram em uma intensa e decisiva fase, assegurou nesta terça-feira um representante oficial da UE em Viena.

"O plenário se centrou em detalhes do texto para um acordo completo", revelou Michael Mann, porta-voz da chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, que coordena o trabalho das grandes potências.

Apesar da quinta rodada de contatos ter sido iniciada ontem, com um encontro entre Estados Unidos, União Europeia e a delegação do Irã, a primeira sessão plenária foi realizada somente hoje, embora não tenha sido detalhada.

A partir de agora, segundo Mann, serão realizados encontros técnicos para estudar o conteúdo discutido na reunião principal, que deverá se estender até a próxima sexta-feira.

"O trabalho continua intenso", explicou o porta-voz, que assegurou que as duas partes estão negociando de forma "realista" e também possuem consciência de que "esta fase será muito intensa".

Apesar disso, Mann, que defendeu que a reunião plenária de hoje se centrou em "elementos de um acordo", se recusou a comentar se uma minuta já havia sido iniciada.

No centro dos debates se encontra o programa de enriquecimento de urânio, a construção de uma usina de água pesada - com capacidade de produzir plutônio - e o desenvolvimento de mísseis de longo alcance.

O urânio enriquecido e o plutônio são os principais materiais necessários para fabricação de uma bomba nuclear e, por isso, as potências querem impedir ou pelo menos limitar ao máximo sua produção no Irã.

Segundo um documento interino assinado no ano passado em Genebra, as partes combinaram um prazo (até o 20 de julho) para definir um acordo.

Esse tratado servirá para dar garantias sobre o caráter pacífico do programa nuclear iraniano, mas, por outro lado, também deverá pôr fim às sanções internacionais impostas à República Islâmica.

Neste aspecto, o porta-voz de Catherine Ashton não quis especular sobre a possibilidade das conversas serem prorrogadas, caso não haja uma definição de acordo com a data prevista.

"Veremos o que acontece quando acontecer", manifestou Mann ao apontar que, neste caso, o objetivo é tentar definir um acordo "o mais rápido possível" para atenuar as diferenças entre as partes.

No campo das conversas, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammed Yavad Zarif, manteve hoje em Viena um incomum encontro com o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano.

Em paralelo às conversas com o Grupo 5+1, o Irã também negocia com a agência nuclear da ONU uma possível ampliação das pesquisas de seu programa atômico. Especificamente, a AIEA visa esclarecer as supostas dimensões militares do programa nuclear iraniano.

Enquanto o Ocidente teme que o Irã produza armas nucleares sob o pretexto de um suposto programa atômico civil, os iranianos asseguram que só têm intenções pacíficas, principalmente em direção à geração de energia elétrica.

Israel, que se sente ameaçada pelas atividades iranianas, também não descarta um possível ataque militar contra as instalações nucleares da República Islâmica.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

UOL Cursos Online

Todos os cursos