Mursi inicia consultas para obter consenso político em um Egito dividido
Cairo, 25 jun (EFE).- Um dia após ser proclamado vencedor das eleições presidenciais no Egito, o islamita Mohammed Mursi iniciou nesta segunda-feira consultas para conseguir um consenso que lhe permita convencer um país dividido.
Mursi, que obteve 51,7% dos votos, se reuniu com o chefe da Junta Militar, o marechal Hussein Tantawi, a quem agradeceu pelo papel da cúpula militar durante a transição e seu respeito à vontade do povo egípcio, informou a imprensa estatal.
Por sua vez, Tantawi ressaltou seu apoio ao presidente eleito e garantiu que "trabalhará a seu lado para garantir a estabilidade" do Egito.
Segundo publicou o site do jornal "Al Ahram", o Conselho Superior das Forças Armadas transferirá o poder a Mursi na tarde do próximo sábado, depois que este jurar o cargo ao Tribunal Constitucional no mesmo dia.
Um dos principais desafios enfrentados por Mursi é lidar com o medo de uma administração islamita de uma parte da população, especialmente os setores mais liberais e laicos.
Por isso, suas primeiras palavras após o anúncio de sua vitória estiveram centradas em pedir a união do país e ressaltar que ele será o presidente de "todos os egípcios".
Nesta linha, Mursi abordou a criação de uma "equipe presidencial", e começou as gestões para formar um novo governo que inclua diversas tendências.
Khaled Tantawi, membro do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), a cuja militância Mursi renunciou no domingo, disse à Agência Efe estar confiante que o presidente eleito manterá sua promessa de que no próximo governo esta legenda não será a força majoritária.
"É importante conseguir um consenso e incluir todas as forças políticas no futuro Executivo para poder exercer uma maior pressão contra a Junta Militar", declarou, na praça Tahrir.
Neste ponto do coração da capital egípcia, os islamitas estão concentrados para protestar contra as últimas decisões dos líderes militares e do Tribunal Constitucional
Para Khaled Tantawi, é necessário continuar na praça porque por enquanto os islamitas conseguiram apenas "evitar uma fraude eleitoral".
Na semana passada, na qual tanto Mursi como o candidato rival, o militar reformado Ahmed Shafiq, se declararam vencedores, correu o rumor de que os resultados do pleito poderiam ter sido manipulados a favor do segundo, que para muitos contava com o respaldo da Junta Militar.
O futuro do Parlamento, constituído em janeiro sob o domínio dos islamitas, e a redação de uma nova Constituição são algumas das principais questões pendentes que Mursi e os dirigentes militares deverão negociar.
Embora no domingo um porta-voz da campanha de Mursi tenha dito que o novo presidente juraria seu cargo no Parlamento, por ser "a única entidade legítima escolhida pelo povo egípcio", um dirigente do PLJ, Sobhi Saleh, confirmou hoje que ele o fará perante o Tribunal Constitucional.
Saleh afirmou que o fato de Mursi jurar perante esta corte não significa seu reconhecimento da dissolução do Parlamento, ordenada por este tribunal na semana passada.
Mursi também se reuniu no Palácio Presidencial com o primeiro-ministro egípcio, Kamal Ganzouri, que apresentou pouco depois sua renúncia perante a Junta Militar, que ainda controla o poder executivo.
O ministro do Turismo, Munir Fakhri Abdel Nouri, explicou à Efe que todos os membros do gabinete renunciaram, mas continuarão em seus cargos interinamente até que Mursi nomeie um novo governo.
O Egito entrou em uma nova etapa na qual Mursi tentará seguir um rumo bem diferente de seu antecessor, Hosni Mubarak, como ficou em evidência hoje.
Se Mubarak, quando no poder, parava a cidade do Cairo quando se deslocava por ela devido a seu forte aparato de segurança, a primeira ida de Mursi de sua casa ao palácio presidencial não provocou o fechamento de nenhuma rua, informou com certa ironia a imprensa egípcia.
Mursi, que obteve 51,7% dos votos, se reuniu com o chefe da Junta Militar, o marechal Hussein Tantawi, a quem agradeceu pelo papel da cúpula militar durante a transição e seu respeito à vontade do povo egípcio, informou a imprensa estatal.
Por sua vez, Tantawi ressaltou seu apoio ao presidente eleito e garantiu que "trabalhará a seu lado para garantir a estabilidade" do Egito.
Segundo publicou o site do jornal "Al Ahram", o Conselho Superior das Forças Armadas transferirá o poder a Mursi na tarde do próximo sábado, depois que este jurar o cargo ao Tribunal Constitucional no mesmo dia.
Um dos principais desafios enfrentados por Mursi é lidar com o medo de uma administração islamita de uma parte da população, especialmente os setores mais liberais e laicos.
Por isso, suas primeiras palavras após o anúncio de sua vitória estiveram centradas em pedir a união do país e ressaltar que ele será o presidente de "todos os egípcios".
Nesta linha, Mursi abordou a criação de uma "equipe presidencial", e começou as gestões para formar um novo governo que inclua diversas tendências.
Khaled Tantawi, membro do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), a cuja militância Mursi renunciou no domingo, disse à Agência Efe estar confiante que o presidente eleito manterá sua promessa de que no próximo governo esta legenda não será a força majoritária.
"É importante conseguir um consenso e incluir todas as forças políticas no futuro Executivo para poder exercer uma maior pressão contra a Junta Militar", declarou, na praça Tahrir.
Neste ponto do coração da capital egípcia, os islamitas estão concentrados para protestar contra as últimas decisões dos líderes militares e do Tribunal Constitucional
Para Khaled Tantawi, é necessário continuar na praça porque por enquanto os islamitas conseguiram apenas "evitar uma fraude eleitoral".
Na semana passada, na qual tanto Mursi como o candidato rival, o militar reformado Ahmed Shafiq, se declararam vencedores, correu o rumor de que os resultados do pleito poderiam ter sido manipulados a favor do segundo, que para muitos contava com o respaldo da Junta Militar.
O futuro do Parlamento, constituído em janeiro sob o domínio dos islamitas, e a redação de uma nova Constituição são algumas das principais questões pendentes que Mursi e os dirigentes militares deverão negociar.
Embora no domingo um porta-voz da campanha de Mursi tenha dito que o novo presidente juraria seu cargo no Parlamento, por ser "a única entidade legítima escolhida pelo povo egípcio", um dirigente do PLJ, Sobhi Saleh, confirmou hoje que ele o fará perante o Tribunal Constitucional.
Saleh afirmou que o fato de Mursi jurar perante esta corte não significa seu reconhecimento da dissolução do Parlamento, ordenada por este tribunal na semana passada.
Mursi também se reuniu no Palácio Presidencial com o primeiro-ministro egípcio, Kamal Ganzouri, que apresentou pouco depois sua renúncia perante a Junta Militar, que ainda controla o poder executivo.
O ministro do Turismo, Munir Fakhri Abdel Nouri, explicou à Efe que todos os membros do gabinete renunciaram, mas continuarão em seus cargos interinamente até que Mursi nomeie um novo governo.
O Egito entrou em uma nova etapa na qual Mursi tentará seguir um rumo bem diferente de seu antecessor, Hosni Mubarak, como ficou em evidência hoje.
Se Mubarak, quando no poder, parava a cidade do Cairo quando se deslocava por ela devido a seu forte aparato de segurança, a primeira ida de Mursi de sua casa ao palácio presidencial não provocou o fechamento de nenhuma rua, informou com certa ironia a imprensa egípcia.