Talibãs ameaçam atacar caminhões de provisão da Otan no Paquistão
Islamabad, 4 jul (EFE).- Os integrantes do talibã no Paquistão ameaçaram atacar os caminhões de provisão da Otan que passar pelo país após a reabertura das rotas terrestres, uma decisão que também foi criticada por grupos fundamentalistas islâmicos.
Segundo a imprensa local, os talibãs, que tornaram pública essa ameaça na noite desta terça, estão dando uma resposta para a decisão governamental de reabrir as estradas paquistanesas para comboios aliados em direção ao Afeganistão.
"Estamos aqui para obstruir a passagem de provisões da Otan pelo Paquistão", disse ao jornal "The News" um porta-voz dos talibãs paquistaneses, Ehsán Ehsanulá, que acrescentou que os governantes de seu país são "escravos dos EUA, que, por sua vez, querem escravizar à nação".
A liberação da passagem de provisões para os mais de 100 mil soldados que a Aliança mantém desdobrados no país vizinho também despertou um leque de críticas entre os grupos políticos fundamentalista.
Em declarações ao jornal "The News", um porta-voz do grupo fundamentalista Jamaat-e Islami, Munawar Hassan, afirmou que o governo paquistanês perdeu a oportunidade de dar uma lição em Washington, acabar com os bombardeios de aviões espião e de "forçar a Otan e os EUA a abandonar a região".
Já Faizalur Remán, líder do grupo Jamiat Ulema-e-Islam, que possui representação parlamentar, criticou o Executivo por atuar sem considerar a opinião do Parlamento, que foi quem impulsionou o fechamento das rotas de abastecimento aliadas no último mês de novembro.
As autoridades paquistanesas decretaram a reabertura das rotas terrestres após ouvir da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, as desculpas dos EUA por um bombardeio que matou 24 soldados paquistaneses em novembro de 2011.
"Expressei minhas condolências às famílias dos soldados mortos. Lamentamos as perdas sofridas pelo exército paquistanês. Vamos trabalhar juntos com o Paquistão e o Afeganistão para evitar que fatos como esse volte acontecer", disse Hillary ontem em uma nota.
A decisão de retomar a colaboração com a Aliança foi tomada pelo Comitê de Defesa do gabinete (DCC), que agrupa as principais autoridades civis e militares do país sob a chefia do novo primeiro-ministro paquistanês, Raja Pervaiz Ashraf.
De acordo com uma nota emitida ontem, o Paquistão, que não cobrará taxas de passagem dos Aliados, liberou apenas a passagem de "cargas vitais" ao equipamento das forças de segurança afegãs e "essenciais para assegurar a paz e estabilidade no Afeganistão".
A reabertura dessas rotas era uma das principais reivindicações da Otan nos últimos meses, levando em conta que cerca de 80% das provisões para as tropas internacionais desdobradas no Afeganistão, que estão em processo de retirada, passavam por solo paquistanês. EFE
pmm/fk
Segundo a imprensa local, os talibãs, que tornaram pública essa ameaça na noite desta terça, estão dando uma resposta para a decisão governamental de reabrir as estradas paquistanesas para comboios aliados em direção ao Afeganistão.
"Estamos aqui para obstruir a passagem de provisões da Otan pelo Paquistão", disse ao jornal "The News" um porta-voz dos talibãs paquistaneses, Ehsán Ehsanulá, que acrescentou que os governantes de seu país são "escravos dos EUA, que, por sua vez, querem escravizar à nação".
A liberação da passagem de provisões para os mais de 100 mil soldados que a Aliança mantém desdobrados no país vizinho também despertou um leque de críticas entre os grupos políticos fundamentalista.
Em declarações ao jornal "The News", um porta-voz do grupo fundamentalista Jamaat-e Islami, Munawar Hassan, afirmou que o governo paquistanês perdeu a oportunidade de dar uma lição em Washington, acabar com os bombardeios de aviões espião e de "forçar a Otan e os EUA a abandonar a região".
Já Faizalur Remán, líder do grupo Jamiat Ulema-e-Islam, que possui representação parlamentar, criticou o Executivo por atuar sem considerar a opinião do Parlamento, que foi quem impulsionou o fechamento das rotas de abastecimento aliadas no último mês de novembro.
As autoridades paquistanesas decretaram a reabertura das rotas terrestres após ouvir da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, as desculpas dos EUA por um bombardeio que matou 24 soldados paquistaneses em novembro de 2011.
"Expressei minhas condolências às famílias dos soldados mortos. Lamentamos as perdas sofridas pelo exército paquistanês. Vamos trabalhar juntos com o Paquistão e o Afeganistão para evitar que fatos como esse volte acontecer", disse Hillary ontem em uma nota.
A decisão de retomar a colaboração com a Aliança foi tomada pelo Comitê de Defesa do gabinete (DCC), que agrupa as principais autoridades civis e militares do país sob a chefia do novo primeiro-ministro paquistanês, Raja Pervaiz Ashraf.
De acordo com uma nota emitida ontem, o Paquistão, que não cobrará taxas de passagem dos Aliados, liberou apenas a passagem de "cargas vitais" ao equipamento das forças de segurança afegãs e "essenciais para assegurar a paz e estabilidade no Afeganistão".
A reabertura dessas rotas era uma das principais reivindicações da Otan nos últimos meses, levando em conta que cerca de 80% das provisões para as tropas internacionais desdobradas no Afeganistão, que estão em processo de retirada, passavam por solo paquistanês. EFE
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