Jokowi e Prabowo se autoproclamam ganhadores das eleições na Indonésia

Eduardo Mariz Cortiñas

Jacarta, 9 jul (EFE).- O governador de Jacarta, Joko "Jokowi" Widodo, e seu adversário, o ex-general Prabowo Subianto, se autoproclamaram nesta quarta-feira ganhadores das eleições presidenciais da Indonésia após a primeira apuração de votos.

A maioria de pesquisas de boca de urna e resultados provisórios divulgados pela imprensa indonésia apontam Jokowi como ganhador, que teria obtido uma vantagem de cerca de quatro pontos com relação a Prabowo.

"Pelo o que vimos até agora, as contagens nos dão como ganhadores; foram eleições justas e sem interferências por nossa parte", declarou Widodo em entrevista coletiva após agradecer o apoio do povo, voluntários e os partidos em sua coalizão.

Prabowo, por outro lado, evitou reconhecer a derrota e apesar de não cantar vitória, assegurou que os dados de Widodo não coincidem com os quais dispõe sua formação, que o dariam como ganhador.

"Com base em uma primeira apuração que manejamos como referência, recebemos o mandato do povo da Indonésia", disse Prabowo que chamou a esperar que a Comissão Eleitoral publique os dados oficiais entre 21 e 22 de julho.

Segundo o Centro de Estudos Internacionais Estratégicos, Widodo, candidato do Partido Democrático da Indonésia-Luta, teria alcançado 52,2% dos votos, contra 47,8% de Prabowo, que lidera a coalizão formada pelos partido Gerindra e Golkar, entre outros.

Estes resultados foram ignorados por estimativas de outros meios como a emissora pública "Rádio Republik Indonésia", o principal jornal nacional "Kompas" e a agência "Poltracking", que contam com suas próprias estatísticas.

Prabowo qualificou de "malignos" os meios que publicaram resultados que o apontavam como perdedor, enquanto o porta-voz da Comissão Eleitoral, Ferry Rizkiyansyah, alertou sobre o risco de precipitação.

"A Comissão Eleitoral deseja confirmar que as pesquisas, enquetes e recontagens de boca de urna, feitos públicos por uma série de instituições, não são a apuração oficial dos votos", disse Rizkiyansyah, que pediu paciência até que se conheçam os resultados definitivos.

As últimas enquetes, como a do Instituto de Enquetes Indonésio, também tinham dado uma intenções de voto de 3,6% maior para Jokowi, cuja vantagem foi reduzida devido a sua caótica campanha e à eficiente e mais custosa realizada por Prabowo.

O militar aposentado e relacionado com vários casos de violações dos direitos humanos durante sua carreira militar, acudiu a estas eleições recebido por conservadores, islamitas e a elite econômica, e um programa que inclui a eliminação da eleição direta do chefe do Estado.

Por outro lado, Jokowi, que chegou à política em 2004 e que antes se dedicou a exportar móveis, confiou em seu carisma baseado em um estilo de fazer política próximo à população e sem manchas de corrupção em seu expediente.

"Nos comprometemos a fazer esta nação melhor", disse Jokowi, que depositou seu voto em um colégio da capital.

Nos arredores desse colégio, Enkamin, um varredor de 55 anos disse entusiasmado à Agência Efe que votaria por Jokowi "porque ele vem do povo e é próximo ao povo".

A pouca distância, em um bairro humilde bastião de Prabowo no centro da capital, Tiki, uma mulher de 67 anos afirmou que tinha ido votar "com o desejo de escolher um líder que garanta a segurança do povo".

A votação neste arquipélago com o maior número de muçulmanos do mundo, embora com grande minorias cristãs, hindus e budistas, transcorreu sem incidentes importantes, segundo a imprensa local.

Ao redor de cerca de 1,2 milhões de soldados militares, policiais e civis se encarregaram de fazer a segurança durante o pleito para escolher o sétimo presidente desde a independência do país em 1945, o quinto na democracia.

É a terceira vez, desde 2004, que os indonésios elegem de forma direta seu presidente.

A Indonésia, terceira maior democracia do mundo e a primeira entre países de maioria muçulmana, celebrou eleições legislativas em 9 de abril que deram a vitória ao opositor Partido Democrático da Indonésia-Luta (PDI-P), ao qual Jokowi pertence.

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