Cuba comemora 59 anos do início de sua revolução com ato em Guantánamo

Havana, 25 jul (EFE).- Cuba comemora nesta quinta-feira o 59º aniversário da fracassada invasão ao Quartel Moncada, considerado o início da revolução e o "Dia da Rebeldia Nacional", com um ato na província de Guantánamo.

Conhecido pelos cubanos simplesmente como "o 26 de julho", a celebração pela data acontecerá 48 horas depois do plenário da Assembleia Cubana, onde o general Raúl Castro se pronunciou mais uma vez sobre o avanço do processo de reformas que seu governo realiza para "atualizar" o socialismo.

Neste ano o ato principal (cada província organiza atividades locais para o evento) será realizado às 12h de quinta-feira na Praça da Revolução de Guantánamo, extremo leste da ilha, onde se espera uma multidão, como a cada ano.

Embora não confirmada oficialmente, a presença do presidente Raúl Castro é esperada, ele que nos últimos dois anos liderou a comemoração sem pronunciar discursos, cedendo essa responsabilidade ao primeiro vice-presidente, José Ramón Machado Ventura.

A expectativa que Castro também não discurse este ano em Guantánamo e o fim do sistema de "emulação socialista" das províncias para ganhar a sede do ato rebaixaram em 2012 o perfil político de uma das datas mais significativas da Revolução Cubana.

Até agora, a sede do ato era concedida pelo governante do Partido Comunista de Cuba (PCC) como reconhecimento e honra aos méritos econômicos e sociais alcançados por uma província no último ano, no que se considerava uma "fraternal emulação socialista".

Em junho passado, o PCC anunciou o fim desse sistema devido "às diferentes características econômico-sociais" das províncias cubanas e decidiu conceder a sede principal do ato de forma rotativa, começando este ano por Guantánamo, cerca de 1.030 quilômetros ao leste de Havana.

Por tradição, o "Dia da Rebeldia Nacional" era, além disso, uma grande tribuna onde os líderes cubanos realizavam discursos e anúncios ao povo, um costume iniciado pelo ex-presidente Fidel Castro e que seu irmão e sucessor Raúl Castro manteve após assumir o poder em 2006 até o ato realizado em 2009.

Pouco adepto a intervenções públicas e a longos discursos - ao contrário de seu irmão -, Raúl Castro concentrou seus pronunciamentos públicos à Assembleia Nacional.

Após a doença que obrigou seu irmão mais velho a retirar-se do poder em 2006, o general Castro (81 anos) assumiu as rédeas da ilha, primeiro de forma provisória, depois eleito definitivamente pela Assembleia em 2008.

Em abril de 2011 foi designado primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba no 6º Congresso da organização, onde ficou aprovado o plano de ajustes econômicos para "atualizar" o modelo socialista, projeto que marcou seu mandato.

O "Dia da Rebeldia Nacional" lembra o fracassado ataque aos quartéis Moncada e Carlos Manuel de Gramados liderado por Fidel Castro em 26 de julho de 1953, sua primeira ação armada contra o ditador Fulgencio Batista.

Tal ação, da qual também participou Raúl Castro, é uma das datas-chave do calendário cubano porque marcou o início da revolução que triunfaria em janeiro de 1959.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

UOL Cursos Online

Todos os cursos