Obrador não reconhece decisão de tribunal e convoca desobediência civil

México, 31 ago (EFE).- O líder da esquerda mexicana, Andrés Manuel López Obrador, anunciou nesta sexta-feira que não aceita o resultado do Tribunal Eleitoral, que declarou válida as eleições presidenciais de 1º de julho, e convocou a população a praticar a desobediência civil "pela via pacífica".

Em mensagem à imprensa, o candidato presidencial da coalizão de esquerda Movimento Progressista assegurou que não reconhecerá "o poder ilegítimo surgido da compra de votos e de outras violações graves à Constituição".

"As eleições não foram limpas, livres e autênticas", afirmou Obrador, que convocou a uma manifestação para 9 de setembro na Cidade do México para definir os passos a seguir em sua defesa dos "direitos individuais e sociais dos cidadãos".

Obrador disse que aceitar a decisão do Tribunal Eleitoral, que ontem não aceitou sua demanda para invalidar as eleições, seria "trair milhões de mexicanos que lutam contra a simulação, a farsa, e estão a favor de uma mudança verdadeira".

O político afirmou, no entanto, que é preciso "respeitar as instituições" e que os problemas do México são causados por "crimes do colarinho branco".

"Um Estado que não procura a justiça nem a democracia não é mais do que um instrumento de poder a serviço de um grupo", criticou Obrador, que em 2006 também não aceitou os resultados da eleição presidencial vencida pelo conservador Felipe Calderón.

Na mensagem enviada hoje, o político atacou os "sustentadores deste Estado mafioso, traficantes de influência, políticos corruptos e os donos dos meios de comunicação" que defendem o "regime de corrupção".

Após considerar honrosa "a desobediência civil", Obrador esclareceu que seguirá "atuando com responsabilidade e pela via pacífica, sem dar motivos para que os violentos nos acusem de violentos".

Segundo a apuração oficial, Peña Nieto obteve 38,21% dos votos, seguido por López Obrador, que ficou com 31,59%.

O Tribunal Eleitoral convocou hoje a uma sessão pública na qual tornará público o resultado final do pleito, declarará válida a eleição e nomeará Peña Nieto o vencedor da disputa.

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