Yoshihiko Noda completa 1 ano de poder no Japão
Maribel Izcue.
Tóquio, 2 set (EFE).- O Governo do primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, completa neste domingo um ano com sua popularidade em queda por causa de uma polêmica reforma tributária, e seu futuro político no ar diante da pressão para que convoque eleições antecipadas.
Há um ano Noda e seus ministros assumiam o Governo de um Japão ainda em luta para estabilizar a usina nuclear de Fukushima, com uma economia debilitada e o desafio de elaborar orçamentos adicionais para reconstruir as regiões arrasadas pelo tsunami de março.
O antecessor de Noda, Naoto Kan, renunciou justamente devido às críticas a sua gestão daquela catástrofe, o que representou que o Japão mudasse de primeiro-ministro pela sexta vez em apenas cinco anos.
Noda contava então com o apoio de perto de 60% da população, enquanto agora não chega a 27%, segundo dados publicados neste domingo pela agência "Kyodo", que considera que esta percentagem põe a sobrevivência do Governo na "zona de perigo".
Uma das principais causas desta queda de popularidade foi uma ampla reforma tributária, aprovada no dia 10 de agosto e que inclui a primeira alta dos impostos sobre o consumo (equivalente ao IVA) no Japão nos últimos 15 anos.
Os japoneses verão subir esta taxa de 5% para 8% até 2014 e de até 10% para 2015, a fim de cobrir os custos cada vez mais elevados da seguridade social de seu país, um dos mais envelhecidos do mundo.
Embora o IVA japonês seja baixo em relação ao de outros países desenvolvidos e organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) vejam necessária a alta, para seus opositores esta se traduzirá em um forte arrefecimento do consumo, prejudicial para a terceira maior economia do mundo.
Noda, ferrenho defensor da disciplina fiscal, conseguiu finalmente o apoio do Parlamento para sua controvertida reforma, mas em troca a oposição lhe arrancou a vaga promessa de antecipar "para algum momento próximo" as eleições gerais.
O pleito está previsto para o começo do verão de 2013 (hemisfério norte), embora na situação atual poderiam ser antecipado para antes do fim deste ano, segundo os analistas.
Agora a próxima data-chave para o chefe do Executivo é 21 de setembro, quando haverá eleições internas para a chefia do governante Partido Democrata (PD), para as quais Noda concorrerá para renovar o posto.
Em caso de ser derrotado - coisa que parece pouco provável perante a falta de outro candidato com o apoio suficiente -, o Governo japonês se veria obrigado a uma nova mudança de primeiro-ministro.
A reforma tributária foi o grande cavalo de batalha de Yoshihiko Noda, mas ele também teve que enfrentar nestes 12 meses críticas em campos como o da energia nuclear, ao calor da paralisação da maioria dos reatores atômicos do Japão.
O acidente nos reatores de Fukushima, que estão em "parada fria" desde dezembro do ano passado, pôs em xeque a segurança das outras 50 unidades atômicas do Japão, que foram gradualmente paralisadas para serem submetidas a exaustivas revisões.
Até maio foram todas desligadas e desde então apenas duas voltaram a funcionar (as da central de Oi, no centro do país), o que obrigou a aumentar o ritmo das centrais térmicas, disparando as importações de hidrocarbonetos.
Neste cenário, Noda enfrenta a pressão da poderosa indústria japonesa para reativar mais usinas atômicas o mais rápido possível, por um lado, e o insistente apelo dos grupos antinucleares para fechá-las definitivamente por outro.
Apesar destas frentes ainda abertas, o Governo de Noda é, junto com o de seu antecessor Naoto Kan, o único que conseguiu estar pelo menos um ano no poder no Japão desde 2006.
Tóquio, 2 set (EFE).- O Governo do primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, completa neste domingo um ano com sua popularidade em queda por causa de uma polêmica reforma tributária, e seu futuro político no ar diante da pressão para que convoque eleições antecipadas.
Há um ano Noda e seus ministros assumiam o Governo de um Japão ainda em luta para estabilizar a usina nuclear de Fukushima, com uma economia debilitada e o desafio de elaborar orçamentos adicionais para reconstruir as regiões arrasadas pelo tsunami de março.
O antecessor de Noda, Naoto Kan, renunciou justamente devido às críticas a sua gestão daquela catástrofe, o que representou que o Japão mudasse de primeiro-ministro pela sexta vez em apenas cinco anos.
Noda contava então com o apoio de perto de 60% da população, enquanto agora não chega a 27%, segundo dados publicados neste domingo pela agência "Kyodo", que considera que esta percentagem põe a sobrevivência do Governo na "zona de perigo".
Uma das principais causas desta queda de popularidade foi uma ampla reforma tributária, aprovada no dia 10 de agosto e que inclui a primeira alta dos impostos sobre o consumo (equivalente ao IVA) no Japão nos últimos 15 anos.
Os japoneses verão subir esta taxa de 5% para 8% até 2014 e de até 10% para 2015, a fim de cobrir os custos cada vez mais elevados da seguridade social de seu país, um dos mais envelhecidos do mundo.
Embora o IVA japonês seja baixo em relação ao de outros países desenvolvidos e organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) vejam necessária a alta, para seus opositores esta se traduzirá em um forte arrefecimento do consumo, prejudicial para a terceira maior economia do mundo.
Noda, ferrenho defensor da disciplina fiscal, conseguiu finalmente o apoio do Parlamento para sua controvertida reforma, mas em troca a oposição lhe arrancou a vaga promessa de antecipar "para algum momento próximo" as eleições gerais.
O pleito está previsto para o começo do verão de 2013 (hemisfério norte), embora na situação atual poderiam ser antecipado para antes do fim deste ano, segundo os analistas.
Agora a próxima data-chave para o chefe do Executivo é 21 de setembro, quando haverá eleições internas para a chefia do governante Partido Democrata (PD), para as quais Noda concorrerá para renovar o posto.
Em caso de ser derrotado - coisa que parece pouco provável perante a falta de outro candidato com o apoio suficiente -, o Governo japonês se veria obrigado a uma nova mudança de primeiro-ministro.
A reforma tributária foi o grande cavalo de batalha de Yoshihiko Noda, mas ele também teve que enfrentar nestes 12 meses críticas em campos como o da energia nuclear, ao calor da paralisação da maioria dos reatores atômicos do Japão.
O acidente nos reatores de Fukushima, que estão em "parada fria" desde dezembro do ano passado, pôs em xeque a segurança das outras 50 unidades atômicas do Japão, que foram gradualmente paralisadas para serem submetidas a exaustivas revisões.
Até maio foram todas desligadas e desde então apenas duas voltaram a funcionar (as da central de Oi, no centro do país), o que obrigou a aumentar o ritmo das centrais térmicas, disparando as importações de hidrocarbonetos.
Neste cenário, Noda enfrenta a pressão da poderosa indústria japonesa para reativar mais usinas atômicas o mais rápido possível, por um lado, e o insistente apelo dos grupos antinucleares para fechá-las definitivamente por outro.
Apesar destas frentes ainda abertas, o Governo de Noda é, junto com o de seu antecessor Naoto Kan, o único que conseguiu estar pelo menos um ano no poder no Japão desde 2006.