FBI investiga se jornalista Sotloff foi entregue ao EI por rebeldes sírios

Em Bagdá

Washington, 9 set (EFE).- O FBI investiga a alegação da família do jornalista Steven Sotloff, assasinado pelo Estado Islâmico (EI), de que rebeldes sírios teriam sido responsáveis por sua entrega ao grupo jihadista, informou nesta terça-feira a Casa Branca.

O porta-voz da família de Sotloff, Barak Barfi, assegurou ontem que suas fontes na Síria lhe disseram que um ou mais dos "chamados rebeldes moderados" tinham vendido Sotloff ao EI por um valor entre US$ 25 mil e US$ 50 mil.

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, questionou hoje essa informação.

"Baseando-me nesta declaração, não acho que ela seja precisa. Mas será alvo de uma investigação do FBI. Em útimo caso, o EI é responsável" pela morte de Sotloff, afirmou Earnest.

O assassinato de Sotloff, de 31 anos, supostamente capturado em agosto de 2013 perto da fronteira entre a Síria e a Turquia, foi divulgado em um vídeo do EI na semana passada, quase 13 dias depois do grupo extremista ter publicado imagens da decapitação de James Foley, outro jornalista americano.

Em ambas as mensagens, o carrasco das vítimas atribui as mortes aos ataques seletivos lançados pelo governo americano contra posições do EI no Iraque. A veiculação das gravações aumentou a pressão sobre a Casa Branca para estender os bombardeiros também à Síria.

O porta-voz da família Sotloff criticou também a gestão da administração Barack Obama sobre os sequestros e disse que "poderia ter sido feito mais" para ajudá-los.

"Sabemos que a comunidade de inteligência e a Casa Branca estão em um jogo maior de lutas burocráticas. Jim (Foley) e Steve (Sotloff) são peões neste jogo, e isso não é justo", criticou Barfi em uma entrevista à "CNN".

Barfi também denunciou que a Casa Branca fez várias "declarações incorretas" sobre o caso, como a que o governo teria informado "regularmente" à família Stofloff a respeito da situação do refém.

"A relação entre a administração e a família Stofloff estava muito danificada", afirmou Barfi, que disse que os parentes também fizeram um pedido à Casa Branca após a publicação do vídeo do assassinato. Ele não informou qual seria a solicitação, mas disse que ela foi rejeitada.

O governo americano também recebeu críticas da família de Foley, que lamentou a falta de negociação com o EI para libertá-lo. E citou o caso do militar Bowe Bergdahl, capturado no Afeganistão e trocado neste ano por cinco talibãs presos em Guantánamo.

A Casa Branca disse haver diferenças entre as duas situações. Explicou que a de Bergdahl foi uma "troca de presos" no contexto do "fim de um conflito armado", nas palavras de Earnest.

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