Piñera pede que Chile supere traumas do passado após 40 anos do golpe

Santiago do Chile, 11 set (EFE).- O presidente do Chile, Sebastián Piñera, afirmou nesta quarta-feira, aniversário de 40 anos da derrubada do poder de Salvador Allende, que o golpe foi responsabilidade "especialmente" daqueles que não respeitaram o Estado de direito e pediu que os "traumas do passado" sejam superados.

Após uma cerimônia realizada hoje no Palácio de la Moneda, Piñera declarou que a atual geração não deve transmitir a seus filhos e netos "os mesmos ódios e querelas" e que o melhor legado que se pode deixar é "um país reconciliado e em paz".

"Tenho certeza de que a imensa maioria dos chilenos sente que essa paz e essa reconciliação são necessárias e que chegou o tempo, não de esquecer, mas de superar os traumas do passado", disse o líder em declarações à imprensa.

Piñera convocou os políticos que exercem ou exerceram cargos de escolha popular, "e muito particularmente os quatro ex-presidentes", a se perguntarem o "que é mais importante, o que se passou há 40 anos atrás ou o que juntos vamos passar nos próximos 40 anos".

O líder se referia a Patrício Aylwin, Eduardo Frei, Ricardo Lagos e Michelle Bachelet, os quatro presidentes do Chile após a queda de ditadura.

Piñera acrescentou que as violações aos direitos humanos ocorridas depois do golpe foram responsabilidade não só de quem ordenou e executou as ordens, mas daqueles que em seus cargos não fizeram tudo que poderiam ter feito para impedir os crimes.

"Para poder reconciliar nosso país vamos ter de seguir avançando pelos caminhos da verdade, da justiça, porque sem verdade e justiça toda reconciliação se constrói não sobre rocha mas sobre areia", disse o presidente.

A cerimônia no palácio foi acompanhada por autoridades e chefes das Forças Armadas e dos Carabineiros.

O Chile vive hoje uma série de eventos em memória aos 40 anos do golpe, que incluem oferendas no monumento de Allende em frente ao Palacio de la Moneda, uma visita ao seu túmulo no Cemitério de Santiago e um ato no Estádio Nacional, que funcionou como centro de detenção e torturas durante o regime militar.

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