Crise que chegou à beira de uma guerra nuclear completa 50 anos

Redação Central, 9 out (EFE).- A chamada "Crise dos Mísseis", um conflito que teve os Estados Unidos, a União Soviética e Cuba como protagonistas e que pôs o mundo à beira de uma guerra nuclear durante a Guerra Fria, completa agora 50 anos.

A crise durou 13 dias, de 15 de outubro, quando os EUA descobriram a ameaça, até o dia 28, data em que o presidente russo Nikita Kruschev recuou e ordenou a retirada dos 42 mísseis instalados em São Cristobal, uma pequena cidade da ilha.

Estes são os principais fatos:.

15 outubro: Os Estados Unidos descobrem as bases de mísseis nucleares soviéticos em território cubano. Aviões espiões americanos fotografam e detectam a construção de rampas de mísseis e a presença de tropas soviéticas próximos a São Cristóbal.

No entanto, durante os primeiros dias, o governo americano manteve essa informação em sigilo.

22 outubro: Em uma mensagem televisionada, o presidente John F. Kennedy revela a instalação de mísseis nucleares à nação.

Com o apoio de seus aliados ocidentais, os EUA estabelecem uma "quarentena defensiva", um verdadeiro bloqueio à ilha, desdobrando unidades navais e aviões de combate em torno de Cuba.

Após negociações secretas, o presidente Nikita Kruschev cede e ordena a retirada dos mísseis.

24 outubro: O presidente russo comunica aos EUA que a URSS vê o bloqueio como uma agressão e que não mudaria a direção de suas embarcações. No entanto, os navios soviéticos diminuem a velocidade e acabam evitando maiores conflitos.

27 outubro: Ocorre o chamado "sábado negro". A defesa antiaérea soviética interceptou e derrubou um avião espião americano U-2, o que provocou intensas e secretas negociações entre ambos os presidentes e sem a presença de Fidel Castro.

Na ocasião, Kruschev propôs o desmantelamento das bases soviéticas de mísseis nucleares em Cuba em troca da garantia de que os Estados Unidos não realizassem e nem apoiassem uma invasão à ilha caribenha, como havia ocorrido na Baía dos Porcos.

28 outubro: Após o acordo, a crise terminava sem apresentar mostras de fraqueza e derrota entre ambas as potências, e Kruschev ordenou a retirada dos mísseis instalados.

Meses depois, se soube que a URSS se comprometeu a retirar seus mísseis de Cuba em troca do compromisso americano de não invadir a ilha, além da retirada dos mísseis (Júpiter) que os EUA haviam desdobrados na Turquia.

29 outubro: Nikita Kruschev enviou a Fidel Castro o relatório do acordo soviético-americano sobre Cuba.

Em consequência do conflito, ambas as potencias concordam com a implementação do chamado "telefone vermelho", uma linha direta entre a Casa Branca e o Kremlin para evitar qualquer crise e conflito.

Devido à exclusão de Castro na assinatura do pacto, as relações entre Cuba e URSS acabam esfriando.

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