Hillary Clinton livra Obama e assume responsabilidade por atentado na Líbia

De Washington (EUA)

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse nesta segunda-feira (15) que assume a responsabilidade pelo ataque do último dia 11 de setembro ao consulado americano em Benghazi, na Líbia, e liberou da mesma o presidente Barack Obama.

"Assumo a responsabilidade", afirmou Hillary em uma entrevista ao canal "CNN" em Lima (Peru), onde está em visita oficial, segundo um trecho antecipado pelo site da emissora.

Após ser perguntada sobre que figura do governo recai o peso do atentado em Benghazi, que matou seu embaixador nesse país, Chris Stevens, e outros três americanos, Hillary ressaltou que ela dirige o Departamento de Estado e que, portanto, está a cargo de controlar a segurança nas embaixadas de todo o mundo.

Insistiu que nem o presidente Obama nem o vice-presidente, Joe Biden, estão envolvidos nesse tipo de decisões, e por isso a responsabilidade não é deles.

"Quero evitar que isto se transforme em uma espécie de emboscada política", afirmou a chefe da diplomacia americana, consciente que o fato aconteceu muito perto das eleições presidenciais do próximo dia 6 de novembro.

Na sexta-feira passada (12), o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, se negou a esclarecer se Obama e Biden foram informados em algum momento das preocupações existentes sobre a segurança na Líbia.

Relembre a crise na Líbia em fotos
Relembre a crise na Líbia em fotos

A oposição republicana criticou duramente que, em um primeiro momento, o governo de Obama defendesse que o ataque tinha sido consequência dos violentos protestos que se suscitaram em vários países árabes por causa de um vídeo produzido nos EUA que ridiculariza Maomé e o Islã.

Na semana passada, no entanto, funcionários do Departamento de Estado sustentaram que não houve nenhum tipo de protesto ou manifestação nos arredores do consulado em Benghazi nesse dia.

Hillary lembrou hoje que, justo após um ataque, sempre há "confusão", mas desde então mudou a informação de inteligência que recebeu o governo.

Também descreveu o "intenso e longo suplício" que se viveu no Departamento de Estado na noite de 10 de setembro, quando o pessoal dessa agência tentava averiguar o que tinha ocorrido.

A titular das Relações Exteriores assegurou que sua missão agora é garantir que não se volte a produzir um ataque assim, mas também a diplomacia, porque os EUA "não podem retirar-se, não podem não relacionar-se".

À medida que avança a investigação, a ideia que prevalece é que extremistas vinculados à Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI), a principal ameaça terrorista no norte da África, tiveram um papel destacado no ataque, segundo funcionários militares e dos serviços secretos.

 

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