EUA vivem pior tragédia recente com massacre que deixou 20 crianças mortas

Newtown (EUA.), 14 dez (EFE).- Os Estados Unidos viveram nesta sexta-feira um dos piores pesadelos de sua história recente, com um massacre em uma escola que deixou um total de 27 mortos, tragédia agravada pelo fato de vinte das vítimas serem crianças.

Um homem com várias armas de fogo e um colete à prova de balas fez a escola primária Sandy Hook, na pequena cidade de Newtown, em Connecticut, viver momentos infernais. Depois de matar vinte crianças e seis adultos, o atirador aparentemente se suicidou.

As crianças têm idade entre cinco e nove anos, indicou a polícia. Só houve um ferido, o que leva a crer que o autor do massacre, que realizou pelo menos uma centena de disparos, cometeu o ato a sangue-frio buscando matar o maior número de pessoas possíveis.

As autoridades encontraram uma pessoa morta em uma residência em Newtown, que foi apontada inicialmente como o próprio pai do autor dos disparos. Depois, foi divulgado que a vítima poderia ser sua mãe, professora da escola onde ocorreu o massacre.

Alguns meios de comunicação americanos identificaram erroneamente o suposto autor, confundindo o atirador com seu irmão. Ao que parece, o autor teria matado sua mãe antes de ir para a escola onde ela trabalhava para continuar o massacre.

A diretora e a psicóloga do colégio figuram entre as vítimas fatais, enquanto a subdiretora é a pessoa ferida. O tiroteio foi breve, pois durou apenas poucos minutos, e ocorreu em um corredor e duas salas de aula, gerando cenas de pânico em uma escola que tem cerca de 600 alunos.

"Ouvimos muitos golpes e gritos", explicou uma menina pouco antes de seus pais a levarem para casa. "Um professor me agarrou e me levou para sua sala", relatou de forma confusa outra criança, que também contou que muitos tiros foram escutados.

Brendan Murray, de nove anos, relatou que estava com seus companheiros no ginásio da escola quando escutaram "um monte de golpes" e os professores ordenaram que se escondessem em um armário, onde permaneceram durante 15 minutos.

A polícia enviou rapidamente agentes para a escola, mas o tiroteio foi muito rápido e nada pôde se feito, exceto comprovar que não havia mais nenhum atirador enquanto retiravam as crianças do local.

"A polícia disse para nos abraçarmos, nos déssemos as mãos e fechássemos os olhos. Só abrimos ao sair do colégio", explicou Vanessa Bajraliu, uma menina de nove anos ao jornal local "Hartford Courant".

Outros alunos da escola de Newtown, uma cidade de 27.000 habitantes a cerca de 105 quilômetros ao norte de Nova York, foram escoltados fora da escola por seus professores entre gritos e soluços.

Bobby Haskins, um estudante de 14 anos de uma escola de ensino médio situada nas proximidades, disse à Agência Efe que estava em aula quando disseram que o colégio seria fechado, por isso os alunos começaram a correr em direção à saída.

"Não sabia da tragédia até que meu pai veio me buscar. É uma tragédia o que se passou. Vai ser muito difícil dormir esta noite", acrescentou o menino, cuja família é muito amiga de duas professoras da escola atacada que escaparam ilesa.

O massacre começou às 9h40 local (12h40 de Brasília). Ao saberem que tinha ocorrido um tiroteio na escola, muitos pais chegaram ao local chorando e em pânico e encontraram a escola rodeada por policiais.

"A cena era horrível e muito difícil", reconheceu um porta-voz da polícia de Connecticut, o tenente Paul Vance, sobre a situação que os agentes e as equipes de emergência encontraram nas salas onde ocorreu o massacre.

Segundo a imprensa, o autor empregou três armas semi-automáticas, duas pistolas e uma espingarda, e chegou no local vestido com uma roupa negra, com camuflagem militar e equipado com um colete à prova de balas.

A polícia assegurou que nenhum agente chegou a realizar disparos, por isso trabalha com a hipótese de que o autor se matou. A pequena cidade está cheia de policiais, bombeiros, equipes de serviços de emergência e jornalistas.

Algumas igrejas, como a St. John, têm suas portas abertas para que os fiéis aliviem sua dor. "É horrível, é tudo o que posso dizer", disse à Efe um morador de Newtown, Dan, para quem o atirador devia ser "um louco, com algum tipo de doença mental".

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

UOL Cursos Online

Todos os cursos