Rebeldes centro-africanos decidem frear ofensiva rumo ao norte do país

Bangui, 2 jan (EFE).- O grupo rebelde centro-africano Seleka anunciou nesta quarta-feira a decisão de frear a ofensiva contra a cidade estratégica de Damara, ao nordeste de Bagui, capital da República Centro-Africana (RCA), informaram à Agência Efe fontes militares.

Segundo um alto comandante da Força Multinacional na África Central (FOMAC) que não quis se identificar, os insurgentes pretendem criar um ambiente propício para iniciar conversas com o governo da RCA e conseguir uma saída política à crise.

Desde 10 de dezembro, uma dezena de cidades do norte e nordeste da República Centro-Africana caíram em mãos da coalizão Seleka, integrada por quatro grupos rebledes que exigem a aplicação dos acordos de paz assinados em 2007.

Os guerrilheiros frearam o avanço em direção a Bangui em 29 de dezembro após tomar o controle da cidade de Sibut, situada a 160 quilômetros da capital, embora ameaçaram em repetidas ocasiões em continuar com a ofensiva.

O genereal Jean-Felix Akaga, comandante das operações da FOMAC desdobrada na República Centro-Africana, advertiu hoje aos guerrilheiros da Seleka que considerará como uma declaração de guerra um ataque rebelde contra a cidade de Damara.

"Que fique claro, não cederemos Damara. Se os rebeldes atacarem Damara, é uma declaração de guerra pois significaria que tomaram a resolução de implicar os 10 estados da África central em uma guerra", disse o general em entrevista coletiva nesta quarta em Bangui.

"Para nós, Damara é a linha vermelha que os rebeldes não podem atravessar", acrescentou o comandante da força multinacional com base nesta cidade.

A declaração do comandante da FOMAC coincide com a chegada de mais de 150 soldados a Damara, que se somam a outros 400 desdobrados na cidade com a missão de proteger a capital centro-africana em caso de ataque rebelde.

A situação da República Centro-Africana se agravou desde que, no início de dezembro, a coalizão Seleka rumou para o norte do país ao considerar que o presidente, François Bozizé, não tinha respeitados alguns acordos de paz assinados em 2007.

Estes tratados previam - entre outros assuntos- a integração de combatentes rebeldes no Exército centro-africano, a libertação de uma série de prisioneiros políticos e o pagamento aos miliciano sublevados que optassem pelo desarmamento.

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