Milhares de chavistas tomam ruas de Caracas no dia da posse sem presidente
José Luis Paniagua.
Caracas, 10 jan (EFE).- Milhares seguidores de Hugo Chávez tomaram nesta quinta-feira as ruas de Caracas para defender a continuidade de seu governo mesmo com sua ausência no dia marcado para a posse presidencial.
O chavismo teve hoje sua cerimônia de celebração, com personalidades da televisão, gritos, coros, discursos e um juramento final de fidelidade de todos os presentes ao presidente venezuelano, manifestação com o objetivo de preencher o vazio deixado por Chávez na data fixada pela Constituição para o início de seu quarto mandato.
"Aqui em Caracas, hoje, 10 de janeiro, dizemos ao comandante Chávez: comandante recupere-se que este povo jurou e vai cumprir lealdade absoluta", gritou o vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ao encerrar seu discurso diante de milhares de seguidores do governante, que respondiam com a mão no coração ao juramento coletivo.
O ato se transformou em uma homenagem ao presidente e contou com a participação dos chefes de Estado convidados: o boliviano Evo Morales; o nicaraguense Daniel Ortega e o uruguaio José Mujica, que discursaram ao lado de primeiros-ministros e chanceleres de vários países latino-americanos e caribenhos.
Morales assegurou que a saúde do presidente venezuelano é uma "preocupação" de todos os povos anti-imperialistas do mundo porque ele "representa a luta anti-imperialista e anticapitalista".
Mujica pediu que se o governante venezuelano não puder estar presente no dia de amanhã, que prevaleça a "unidade", a "paz" e o "trabalho", e Ortega advertiu sobre a necessidade de evitar os enfrentamentos.
"É a paz o que mais temos que cuidar neste momento, porque o confronto e a morte na Venezuela levariam ao confronto e a morte em toda América", disse o presidente nicaraguense.
Chávez está internado em Havana desde que em 11 de dezembro foi operado de um câncer situado na zona pélvica e sobre o qual, segundo o ministro de Comunicação, Ernesto Villegas, informou-se "suficiente, devida e oportunamente".
Villegas acusou a oposição de confundir "direito à informação com morbidez". De acordo com os últimos informes, Chávez está em estado "estacionário", com uma insuficiência respiratória consequência de uma infecção pulmonar severa.
Sua ausência causou uma discussão sobre a forma como se deveria proceder constitucionalmente, mas no final a Suprema Corte decidiu ontem aprovar a tese do governo e permitir que Chávez assuma formalmente o cargo quando se recuperar, e que o Executivo que deveria se encerrar hoje continue suas funções.
Antes do simbólico juramento, o vice-presidente Nicolás Maduro criticou oposição e a acusou de querer aplicar um golpe. Segundo o dirigente, há um plano de "setores da extrema-direita para buscar um morto e encher de sangue as ruas da Venezuela".
O vice-presidente venezuelano citou as manifestações que a oposição vai realizar, segundo ele "uma espécie de sabotagem", e pediu que a polícia tome cuidado com as ações que irão acontecer.
"Convidamos eles a não se colocarem loucos e respeitarem a paz desta pátria, essa oposição que sempre cai na tentação golpista convocamos a refletir", afirmou.
Maduro defendeu a unidade que existe na direção do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), particularmente com seu "irmão", Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional, e acusou a imprensa do mundo de mentir todos os dias e de querer demonstrar que existe uma divisão interna.
"Estamos nos matando de amor pelo povo, estamos nos matando de lealdade a Chávez e a esta pátria", acrescentou gritando. A oposição rejeitou hoje a decisão do Tribunal Supremo de Justiça e convocou uma manifestação pacífica para 23 de janeiro, dia em que se lembra o 55º aniversário do final da última ditadura militar.
O deputado Alfonso Marquina, em nome do bloco da oposição, questionou a decisão de justiça, afirmando que o Supremo nem ao menos considerou uma ausência temporário do presidente.
Já Maduro lembrou que os últimos dias foram "duros para todos", desde a operação do há 30 dias. Ele afirmou ainda que Chávez está "em batalha".
"Nós te dizemos: comandante, tranquilo, continue sua batalha que aqui têm um governo bolivariano e um povo revolucionário", afirmou. EFE
jlp/dk
(foto) (vídeo)
Caracas, 10 jan (EFE).- Milhares seguidores de Hugo Chávez tomaram nesta quinta-feira as ruas de Caracas para defender a continuidade de seu governo mesmo com sua ausência no dia marcado para a posse presidencial.
O chavismo teve hoje sua cerimônia de celebração, com personalidades da televisão, gritos, coros, discursos e um juramento final de fidelidade de todos os presentes ao presidente venezuelano, manifestação com o objetivo de preencher o vazio deixado por Chávez na data fixada pela Constituição para o início de seu quarto mandato.
"Aqui em Caracas, hoje, 10 de janeiro, dizemos ao comandante Chávez: comandante recupere-se que este povo jurou e vai cumprir lealdade absoluta", gritou o vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ao encerrar seu discurso diante de milhares de seguidores do governante, que respondiam com a mão no coração ao juramento coletivo.
O ato se transformou em uma homenagem ao presidente e contou com a participação dos chefes de Estado convidados: o boliviano Evo Morales; o nicaraguense Daniel Ortega e o uruguaio José Mujica, que discursaram ao lado de primeiros-ministros e chanceleres de vários países latino-americanos e caribenhos.
Morales assegurou que a saúde do presidente venezuelano é uma "preocupação" de todos os povos anti-imperialistas do mundo porque ele "representa a luta anti-imperialista e anticapitalista".
Mujica pediu que se o governante venezuelano não puder estar presente no dia de amanhã, que prevaleça a "unidade", a "paz" e o "trabalho", e Ortega advertiu sobre a necessidade de evitar os enfrentamentos.
"É a paz o que mais temos que cuidar neste momento, porque o confronto e a morte na Venezuela levariam ao confronto e a morte em toda América", disse o presidente nicaraguense.
Chávez está internado em Havana desde que em 11 de dezembro foi operado de um câncer situado na zona pélvica e sobre o qual, segundo o ministro de Comunicação, Ernesto Villegas, informou-se "suficiente, devida e oportunamente".
Villegas acusou a oposição de confundir "direito à informação com morbidez". De acordo com os últimos informes, Chávez está em estado "estacionário", com uma insuficiência respiratória consequência de uma infecção pulmonar severa.
Sua ausência causou uma discussão sobre a forma como se deveria proceder constitucionalmente, mas no final a Suprema Corte decidiu ontem aprovar a tese do governo e permitir que Chávez assuma formalmente o cargo quando se recuperar, e que o Executivo que deveria se encerrar hoje continue suas funções.
Antes do simbólico juramento, o vice-presidente Nicolás Maduro criticou oposição e a acusou de querer aplicar um golpe. Segundo o dirigente, há um plano de "setores da extrema-direita para buscar um morto e encher de sangue as ruas da Venezuela".
O vice-presidente venezuelano citou as manifestações que a oposição vai realizar, segundo ele "uma espécie de sabotagem", e pediu que a polícia tome cuidado com as ações que irão acontecer.
"Convidamos eles a não se colocarem loucos e respeitarem a paz desta pátria, essa oposição que sempre cai na tentação golpista convocamos a refletir", afirmou.
Maduro defendeu a unidade que existe na direção do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), particularmente com seu "irmão", Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional, e acusou a imprensa do mundo de mentir todos os dias e de querer demonstrar que existe uma divisão interna.
"Estamos nos matando de amor pelo povo, estamos nos matando de lealdade a Chávez e a esta pátria", acrescentou gritando. A oposição rejeitou hoje a decisão do Tribunal Supremo de Justiça e convocou uma manifestação pacífica para 23 de janeiro, dia em que se lembra o 55º aniversário do final da última ditadura militar.
O deputado Alfonso Marquina, em nome do bloco da oposição, questionou a decisão de justiça, afirmando que o Supremo nem ao menos considerou uma ausência temporário do presidente.
Já Maduro lembrou que os últimos dias foram "duros para todos", desde a operação do há 30 dias. Ele afirmou ainda que Chávez está "em batalha".
"Nós te dizemos: comandante, tranquilo, continue sua batalha que aqui têm um governo bolivariano e um povo revolucionário", afirmou. EFE
jlp/dk
(foto) (vídeo)