Violência política provoca mais 3 mortes em Bangladesh

Nova Délhi, 2 mar (EFE).- Outros três manifestantes contra uma sentença judicial de pena de morte a um líder islamita morreram neste sábado em confrontos com a polícia em Bangladesh, onde desde a última quinta-feira episódios similares custaram as vidas de mais de 50 pessoas, informa a imprensa local.

Os manifestantes que morreram hoje pertencem à ala jovem do partido islamita Jamaat-e-Islami (JeI), cuja cúpula está sofrendo nos últimos meses um grande assédio judicial por seu envolvimento em crimes durante a guerra que em 1971 levou à independência do país asiático.

De acordo com a agência estatal de notícias "UNB", o confronto mais grave de hoje aconteceu no subdistrito de Satkania, que pertence à região administrativa de Chittagong, no sudeste do país.

Vários radicais lançaram pedras contra as forças de ordem, que responderam disparando contra os manifestantes, causando a morte de três deles e deixando outros 11 feridos.

Bangladesh é há várias semanas palco de violentas protestos por parte de islamitas e anti-islamitas em relação ao desenvolvimento de uma série de julgamentos por crimes de guerra nos quais a maior parte dos réus são membros do Jamaat-e-Islami, partido opositor do governo.

A violência se intensificou na quinta-feira passada depois que um tribunal de Daca condenou à forca a um destacado líder do JeI, o septuagenário Delawar Hossain Sayedi, por acusações de genocídio, assassinato e saque.

Este partido, que durante o conflito se aliou com o Paquistão (Bangladesh era então sua parte oriental), convocou um recesso nacional de dois dias a partir de amanhã, por isso são esperados novos distúrbios.

Em comunicado, a organização Human Rights Watch (HRW) exigiu hoje que o governo bengalês e o Jamaat-e-Islami "ajam imediatamente" para garantir que as forças de segurança e os ativistas não se envolvam "em novos confrontos violentos".

A HRW denunciou a utilização de "munição real" por parte da polícia e ataques indiscriminados contra membros da minoria religiosa hindu por parte dos islamitas.

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