Bolívia condecora três soldados que foram presos no Chile

La Paz, 4 mar (EFE).- O governo da Bolívia condecorou nesta segunda-feira os três soldados que estiveram presos durante um mês no norte do Chile acusados de entrar irregularmente nesse país com uma arma de guerra.

O presidente boliviano, Evo Morales, promoveu a cabos os recrutas Alex Choque, Augusto Cárdenas e José Luis Fernández e entregou a cada um três condecorações diferentes por terem "dignificado os bolivianos", segundo ressaltou em seu discurso.

No ato realizado às portas do Palácio de Governo, também foram promovidos e condecorados os demais integrantes da patrulha envolvida no incidente.

Segundo o governo boliviano, Choque, Cárdenas e Fernández, de entre 18 e 20 anos, foram detidos no dia 25 de janeiro pela Polícia Militar do Chile por terem entrado involuntariamente em território chileno portando um fuzil em uma perseguição a contrabandistas.

Os soldados aceitaram na sexta-feira uma solução alternativa para a suspensão do julgamento que enfrentariam no Chile e retornaram à Bolívia, após 35 dias em território chileno, 30 deles detidos em uma prisão.

Morales reiterou hoje que os três soldados "não se renderam diante do suborno" oferecido pelos contrabandistas bolivianos nem "frente à injusta detenção por parte do governo chileno".

"Eu sinto que receberam maus-tratos na detenção (...) Que crime poderiam ter cometido? É muita soberba, muita prepotência das autoridades (do Chile)", criticou o governante.

Morales, que também nomeou os três soldados "heróis do mar", declarou hoje que a detenção foi uma "vingança" do presidente do Chile, Sebastián Piñera, por sua reivindicação marítima, já rejeitada pelo governo chileno.

Por sua parte, Piñera acusou hoje o governo boliviano de não atuar de forma coerente em sua relação com o Chile, tanto no caso dos soldados bolivianos como em sua reivindicação marítima.

"O que a Bolívia tenta fazer é aumentar este conflito em cada oportunidade que tem, mas com muita contradição", declarou Piñera, defendendo a vigência e legitimidade do tratado de 1904 que fixou a soberania chilena sobre os territórios que antes eram bolivianos, inclusive a saída para o mar.

Bolívia e Chile não têm uma relação em nível de embaixadores desde 1962, salvo um breve período entre 1975 e 1978.

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