Primeira manifestação contra a Copa em São Paulo deixa 7 feridos

São Paulo, 12 jun (EFE).- Pelo menos sete pessoas, entre elas duas jornalistas da rede de televisão "CNN", ficaram feridos nos confrontos registrados nesta quinta-feira na cidade de São Paulo entre a Polícia e manifestantes que se opõem à organização da Copa do Mundo no Brasil.

Os manifestantes saíram para a rua cedo, cerca de seis horas antes da partida entre Brasil e Croácia que abre o Mundial, mas foram reprimidos pela Polícia quando tentaram bloquear uma importante via.

Foi o primeiro dos diversos protestos que se esperam para hoje em várias cidades do país em coincidência com o início do Mundial por parte dos grupos que criticam as altas despesas do governo na competição.

Em um primeiro confronto, cerca de 150 homens da Tropa de Choque da Polícia Militarizada do estado de São Paulo dispersaram com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral a um grupo de 200 manifestantes que tentava bloquear a avenida Radial Leste, a principal via de acesso à Arena Corinthians.

A Polícia deteve um dos participantes do protesto que tentou frear o avanço dos policiais que, em fila, andavam com escudos rumo aos manifestantes, que se concentraram inicialmente em frente à estação Carrão do metrô, na zona leste de São Paulo, para onde foram convocados através das redes sociais.

Neste primeiro incidente ficaram feridas duas jornalistas da "CNN". A produtora da rede de televisão americana em São Paulo, Barbara Arvanitidis, de nacionalidade canadense, foi ferida em um braço embora sem gravidade enquanto cobria o protesto.

E a correspondente da "CNN", Shasta Darlington, também ficou levemente ferida com alguns arranhões como consequência de uma queda durante a confusão.

Algumas das pessoas que se dispersaram se dirigiram rumo à estação de Tatuapé do metrô, a poucas ruas e onde um grupo de funcionários do metrô de São Paulo estava concentrado em uma manifestação contra a demissão de 42 trabalhadores da companhia.

Os funcionários do metrô, que chegaram a ameaçar com uma paralisação no dia inaugural do Mundial e finalmente desistiram, convocaram diferentes protestos para exigir que a companhia readmita os despedidos.

A manifestação dos funcionários do metrô foi reforçada por vários jovens, vários dos quais encapuzados e vestidos de preto, que fazem parte do chamado Black Bloc, um grupo que defende o uso da violência nas manifestações.

Desde o novo ponto de concentração dos manifestantes um grupo tentou novamente avançar rumo à Radial leste, por isso que a Polícia teve que voltar a reprimir os participantes do protesto com gás lacrimogêneo, balas de borracha e bombas de efeito moral.

Os confrontos envolveram um pequeno grupo mais radical, que acendeu fogueiras com lixo e protagonizou atos de vandalismo, devido a que os trabalhadores do metrô e manifestantes de outros grupos preferiram desistir do protesto.

Os manifestantes foram finalmente dispersados totalmente por volta do meio-dia, quando vários torcedores já começavam a se deslocar de metrô ou a pé rumo à Arena Corinthians.

A Polícia, no entanto, está atenta a outras manifestações previstas em outros locais de São Paulo e em várias cidades do país em coincidência com a cerimônia de abertura do Mundial.

As autoridades admitiram sua preocupação com as manifestações contra a Copa, mas esperam que sejam de menor magnitude que as registradas no ano passado, quando milhões de brasileiros saíram às ruas para exigir melhores serviços públicos em coincidência com a Copa das Confederações da Fifa.

O governo disse que tolerará as manifestações desde que não sejam violentas e desde que não ameacem a locomoção rumo aos estádios em que será disputado o Mundial.

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