Ataque contra missão da União Africana na Somália deixa pelo menos 4 mortos

Mogadíscio, 12 jul (EFE).- Pelo menos quatro civis morreram e outras 12 pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira em um ataque suicida com um carro-bomba em Mogadíscio contra um comboio da Missão da União Africana na Somália (AMISOM), informaram testemunhas à Agência Efe.

"Vi quatro corpos, mas há outros tantos queimados, por isso o número de vítimas pode ser maior", relatou à Efe Hassan Ali, um transeunte que estava próximo da área da explosão.

"O comboio da AMISOM, que passava pela estrada do aeroporto, era o alvo - acrescentou Ali -, mas a maioria dos atingidos são civis inocentes".

Por outro lado, o porta-voz da AMISOM, Ali Adan Houmed, disse à Efe que a explosão não chegou a destruir os veículos da União Africana.

"Os terroristas queriam atingir nosso comboio, mas não conseguiram danificar nossos veículos e mataram civis inocentes", explicou Houmed.

A milícia fundamentalista islâmica Al Shabab assumiu a autoria do atentado em um comunicado no qual detalhou que seu alvo era a caravana de veículos da AMISOM, que transportava um grupo de cidadãos que fazem parte de um dispositivo de segurança que pretende colaborar com o governo da Somália.

Através do Twitter, a AMISOM assegurou que este tipo de atentado não vai mudar sua determinação de "trabalhar lado a lado com as forças somalis" para "derrotar os extremistas".

O atentado aconteceu próximo do edifício das Nações Unidas na capital somali, onde o Al Shabab fez uma ofensiva no dia 19 de junho com um carro-bomba e um posterior ataque que deixou cerca de 20 mortos.

Apesar dos avanços conseguidos no ano passado no terreno político, a Somália ainda se encontra imersa em um prolongado e complexo conflito armado.

As tropas da AMISOM, o exército somali, as Forças Armadas da Etiópia e várias milícias governistas combatem o Al Shabab, a milícia fundamentalista islâmica dominante desde 2006.

O Al Shabab, que anunciou em fevereiro de 2012 sua união formal à rede terrorista Al Qaeda, luta supostamente para instaurar um estado islâmico wahhabita na Somália.

Apesar de as tropas aliadas terem retomado a cidade de Kismayo - o maior santuário dos fundamentalistas - no final de setembro, os radicais ainda controlam boa parte do centro e do sul da Somália, onde o frágil Executivo do país ainda não consegue impor sua autoridade.

A Somália vive em um estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi deposto e deixou o país sem um governo medianamente efetivo e nas mãos de milícias radicais islâmicas, senhores da guerra que respondem aos interesses de um clã determinado e grupos de delinquentes armados.

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