Cairo, 15 jul (EFE).- O subsecretário de Estado dos Estados Unidos, William Burns, se reuniu nesta segunda-feira no Cairo com o presidente interino do Egito, Adly Mansour, e com o primeiro-ministro, Hazem el Beblaui, na primeira visita de um responsável americano desde a derrubada do chefe de Estado Mohammed Mursi no dia 3 de julho.

A agência de notícias estatal "Mena" informou sobre entrevista com Mansur, sem dar mais detalhes a respeito.

Durante o encontro com Beblaui, os dois abordaram as medidas para aplicar o plano durante o período de transição instaurado depois que o Exército depôs Mursi.

Além disso, avaliaram a situação regional e internacional, informou um comunicado oficial, publicado na "Mena".

Burns chegou ontem ao país árabe em uma visita de três dias para se reunir com as autoridades, representantes da sociedade civil e empresários.

Antes de iniciar a viagem, o departamento de Estado americano explicou que durante suas conversas Burns "insistirá no apoio dos EUA ao povo egípcio, no fim da violência e em uma transição que leve a uma sociedade inclusiva e a um governo civil eleito democraticamente".

A Casa Branca ainda não decidiu se considera a derrubada de Mursi como um golpe de Estado, o que obrigaria, por lei, a suspensão da ajuda ao Egito, de cerca de US$ 1,5 bilhões anuais.

Por outro lado, Beblaui recebeu hoje mais candidatos a ministro, em suas consultas para formar um governo de transição.

Beblaui se reuniu com o ex-ministro de Telecomunicações Atef Helmy, que seria mantido na mesma pasta, com o ex-governador da província de Qena, Adel Labib, candidato a ministro de Desenvolvimento Local, e Ahmed Daruish, que esteve à frente do Ministério de Desenvolvimento Administrativo na época do presidente Hosni Mubarak e retornaria ao cargo.

O general Mohammed Abu Shadi revelou hoje que aceitou o posto de titular de Comércio Interior e Subvenções, enquanto os ex-ministros de Energia, Ahmed Imame, de Estado para Produção Militar, Reda Mahmoud Hafez, e de Agricultura, Ayman Farid Abu Hadid, voltarão aos seus cargos.

A formação deste Executivo é um dos passos do período de transição que começou depois que o exército egípcio destituiu Mohammed Mursi, após os protestos do dia 30 de junho que pediam a realização de eleições presidenciais antecipadas.

No último dia 8, Mansur emitiu uma declaração constitucional que estabelece as bases do período transitório.

Esse texto, de 33 artigos, prevê uma reforma da atual Constituição - suspensa pelos militares -, que será submetida a um referendo antes das eleições legislativas.

Além disso, concede ao presidente provisório e a seu governo todo o poder legislativo e estipula um calendário para a realização de eleições parlamentares e presidenciais para o início do ano que vem. EFE

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