Polícia prende mais de 100 em operação contra manifestações na Tailândia

Bangcoc, 18 fev (EFE).- Uma centena de manifestantes que ocupavam o Ministério de Energia da Tailândia, a maioria mulheres e idosos, foram presos por violação do estado de emergência e sem oferecer resistência às autoridades, informou nesta terça-feira o Conselho de Segurança Nacional.

As autoridades divulgaram imagens de armas de fogo, bombas caseiras e de gás lacrimogêneo que foram supostamente encontradas nas barracas dos manifestantes.

Esta é a primeira detenção em massa praticada pelas autoridades tailandesas desde o início dos protestos que pedem a saída da primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, nos quais morreram 11 pessoas e mais de 600 ficaram feridas.

A polícia tailandesa iniciou nesta terça-feira uma operação contra vários acampamentos de manifestantes que desde o dia 13 de dezembro do ano passado ocupam várias avenidas e edifícios governamentais em Bangcoc.

Os chefes das brigadas antidistúrbios e os líderes manifestantes negociam a retirada, de forma pacífica, de vários acampamentos, informou o canal "Blue Sky" que apoia os protestos.

O ministro interino de Trabalho, Charlem Yoobamrung, responsável pelas operações de segurança, declarou na véspera que as autoridades tinham previsto retomar o controle de várias posições ocupadas pelos manifestantes, como as proximidades da sede do governo, o Ministério do Interior, o Ministério de Energia e o complexo governamental do norte de Bangcoc.

No entanto, o líder dos protestos, o ex-parlamentar do Partido Democrata Suthep Thaugsuban, mobilizou milhares de manifestantes para impedir a retirada do acampamento nos arredores da Casa do Governo.

Na madrugada desta terça-feira, membros do grupo antigovernamental se empenhavam para erguer uma barreira em frente às portas do edifício governamental para evitar que a primeira-ministra interina retornasse ao seu local de trabalho.

Além disso, outros grupos de manifestantes conseguiram roubar um ônibus e um caminhão do lixo para impedir o possível avanço das autoridades para o Ministério do Interior.

Na zona da ponte Pam Fah, no centro histórico da cidade, vários manifestantes entraram em confronto com os policiais do batalhão de choque, que utilizaram seus cassetetes para abrir passagem até as barracas dos mesmos.

Algumas das pessoas que apoiam os protestos ficaram feridas, como foi mostrado ao vivo pelo canal "Blue Sky", enquanto as autoridades realizaram algumas prisões.

A polícia utilizou uma escavadeira para demolir parte das barreiras levantadas pelos manifestantes.

No complexo governamental de Chaeng Wattana, no norte da capital tailandesa, as negociações entre manifestantes e a polícia chegaram a um acordo para a abertura de duas estradas.

Os manifestantes exigem a criação de um conselho não eleito que faça uma reforma do sistema político, considerado corrupto e a serviço dos interesses do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck.

A Tailândia vive uma grave crise política desde o golpe militar que depôs Thaksin em 2006.

Desde então, os opositores e partidários do ex-primeiro-ministro, que vive no exterior, recorrem a mobilizações populares para derrubar o governo da vez.

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