Chanceler estoniano sugere que atiradores de Kiev foram pagos pela oposição

Moscou, 5 mar (EFE).- O canal russo de TV "RT" citou nesta quarta-feira uma ligação telefônica interceptada entre o ministro das Relações Exteriores da Estônia, Urmas Paet, e a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, na qual o chanceler sugere que os franco-atiradores que agiram em Kiev foram contratados pela oposição.

"Fica cada vez mais evidente que por trás dos franco-atiradores não estava (o presidente Viktor) Yanukovich, mas alguém da nova coalizão", disse Paet a Ashton, segundo a ligação vazada supostamente pelos serviços secretos da Ucrânia.

O ministro explicou que uma médica de Kiev disse que os mesmos franco-atiradores disparavam contra os manifestantes opositores e contra os policiais, durante os dias de fevereiro em que houve a maior onda de violência em Kiev, confrontos que deixaram cerca de 100 mortos.

Paet também diz a Ashton - segundo trechos da conversa que podem ser ouvidos no YouTube, que "é preocupante que a nova coalizão não queira investigar" o assunto, em referência às novas autoridades que chegaram ao poder na Ucrânia após a destituição de Yanukovich, em 22 de fevereiro.

A conversa teria acontecido depois que Paet visitou Kiev, em 25 de fevereiro.

"Acho que sim, acho que eles querem investigar; e eu não sabia... não percebi... céus", responde Ashton ao ministro estoniano, a quem diz que se trata de um "fator muito irritante".

De acordo com o canal, autoridades do Serviço de Segurança da Ucrânia leais ao deposto presidente Yanukovich, que grampearam os telefones de ambos, foram os responsáveis pelo upload da ligação.

Essa é a segunda vez que vazamentos de ligações telefônicas de políticos ocidentais sobre a crise da Ucrânia são divulgados pela imprensa russa.

Há algumas semanas, apareceu um vídeo no YouTube, legendado em russo, com uma chamada entre a secretária de Estado adjunta para Assuntos Europeus, Victoria Nuland, e o embaixador dos Estados Unidos em Kiev, Geoffrey Pyatt.

Nela, Nuland expressava a preferência dos EUA pelo opositor Arseni Yatseniuk (atual primeiro-ministro), frente a Vitali Klitschko, favorito dos europeus e, em dado momento, o embaixador diz "dane-se a UE".

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