Marchas e manifestações marcam aniversário do golpe militar na Argentina
(Atualiza com dados do ato em Buenos Aires).
Buenos Aires, 24 mar (EFE).- Associações humanitárias, políticas e sociais lideraram nesta segunda-feira atos em toda a Argentina para repudiar o golpe militar que deu começo à última ditadura (1976-1983), no dia em que se completa seu 38º aniversário, e reivindicaram justiça para as vítimas do terrorismo de Estado.
O ato principal aconteceu em Buenos Aires, onde uma passeata de milhares de pessoas pertencentes a distintos agrupamentos colapsou o centro da cidade para concentrar-se em torno da Casa Rosada, a sede governamental.
A mobilização agrupava organizações de todos os tipos, embora os protagonistas fossem os desaparecidos, presentes graças às fotografias que levavam os manifestantes.
Entre os participantes destacou a coluna sob o slogan "Democracia ou Corporações", convocada pela Secretaria de Direitos Humanos, Avós da Praça de Maio e Parentes de Desaparecidos e Detidos por Razões Políticas.
Junto a essas organizações estavam agrupadas as Mães da Praça de Maio-Linha Fundadora e Filhos e Filhas pela Identidade e a Justiça contra o Esquecimento e o Silêncio (H.I.J.O.S.).
Também saíram à rua forças políticas opositoras, como os grupos de esquerda que marcharam "contra o discurso presidencial", segundo o comunicado transmitido pelo Partido dos Trabalhadores Socialistas.
Os atos do aniversário começaram ontem à noite, com uma vigília na Escola de Mecânica da Marinha (Esma) - a maior prisão clandestina da ditadura, situada em plena Buenos Aires - que durou até as 3h10 (mesmo horário de Brasília), em coincidência com o momento no qual se divulgou o comunicado que iniciou a etapa mais negra da história recente do país.
Na tarde de hoje, a Esma se tornará novamente o epicentro das mobilizações de repúdio, já que também está sendo lembrado o décimo aniversário de sua passagem para as mãos do Estado para convertê-la em um espaço dedicado à memória e aos direitos humanos.
O 24 de março está sendo marcado pelas divergências quanto à política de direitos humanos do Executivo de Cristina Kirchner, com a designação de César Milani como chefe do exército - em meio a críticas de vários grupos opositores e organizações sociais não ligadas ao kirchnerismo.
No restante do país, marchas, festas e concentrações pela memória marcam o dia de hoje, feriado na Argentina por ser o "Dia Nacional da Memória pela Verdade e a Justiça".
Também nas redes sociais, os argentinos repudiaram o golpe de 38 anos atrás com a hashtag "#NuncaMás".
Através do Twitter, políticos de todas as ideologias lembraram o aniversário, como o chefe de gabinete do governo, Jorge Capitanich, que escreveu: "#NUNCAMÁS aos golpes de Estado, à violação dos direitos humanos, à destruição do aparelho produtivo e à exclusão social".
"Cada 24 de março deve servir para evocar as vítimas de ontem e defender um Estado que nunca pode ficar fora da lei", publicou em sua conta da rede social o socialista Hermes Binner.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos de Opinião Pública e divulgada pelo jornal "Página 12", quase seis em cada dez argentinos dizem hoje que o golpe de Estado "não era justificável", 20% sustentam que "não pode dar opinião" (na maioria jovens que não viveram a ditadura) e 20% que dizem que "sim, era justificável".
Buenos Aires, 24 mar (EFE).- Associações humanitárias, políticas e sociais lideraram nesta segunda-feira atos em toda a Argentina para repudiar o golpe militar que deu começo à última ditadura (1976-1983), no dia em que se completa seu 38º aniversário, e reivindicaram justiça para as vítimas do terrorismo de Estado.
O ato principal aconteceu em Buenos Aires, onde uma passeata de milhares de pessoas pertencentes a distintos agrupamentos colapsou o centro da cidade para concentrar-se em torno da Casa Rosada, a sede governamental.
A mobilização agrupava organizações de todos os tipos, embora os protagonistas fossem os desaparecidos, presentes graças às fotografias que levavam os manifestantes.
Entre os participantes destacou a coluna sob o slogan "Democracia ou Corporações", convocada pela Secretaria de Direitos Humanos, Avós da Praça de Maio e Parentes de Desaparecidos e Detidos por Razões Políticas.
Junto a essas organizações estavam agrupadas as Mães da Praça de Maio-Linha Fundadora e Filhos e Filhas pela Identidade e a Justiça contra o Esquecimento e o Silêncio (H.I.J.O.S.).
Também saíram à rua forças políticas opositoras, como os grupos de esquerda que marcharam "contra o discurso presidencial", segundo o comunicado transmitido pelo Partido dos Trabalhadores Socialistas.
Os atos do aniversário começaram ontem à noite, com uma vigília na Escola de Mecânica da Marinha (Esma) - a maior prisão clandestina da ditadura, situada em plena Buenos Aires - que durou até as 3h10 (mesmo horário de Brasília), em coincidência com o momento no qual se divulgou o comunicado que iniciou a etapa mais negra da história recente do país.
Na tarde de hoje, a Esma se tornará novamente o epicentro das mobilizações de repúdio, já que também está sendo lembrado o décimo aniversário de sua passagem para as mãos do Estado para convertê-la em um espaço dedicado à memória e aos direitos humanos.
O 24 de março está sendo marcado pelas divergências quanto à política de direitos humanos do Executivo de Cristina Kirchner, com a designação de César Milani como chefe do exército - em meio a críticas de vários grupos opositores e organizações sociais não ligadas ao kirchnerismo.
No restante do país, marchas, festas e concentrações pela memória marcam o dia de hoje, feriado na Argentina por ser o "Dia Nacional da Memória pela Verdade e a Justiça".
Também nas redes sociais, os argentinos repudiaram o golpe de 38 anos atrás com a hashtag "#NuncaMás".
Através do Twitter, políticos de todas as ideologias lembraram o aniversário, como o chefe de gabinete do governo, Jorge Capitanich, que escreveu: "#NUNCAMÁS aos golpes de Estado, à violação dos direitos humanos, à destruição do aparelho produtivo e à exclusão social".
"Cada 24 de março deve servir para evocar as vítimas de ontem e defender um Estado que nunca pode ficar fora da lei", publicou em sua conta da rede social o socialista Hermes Binner.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos de Opinião Pública e divulgada pelo jornal "Página 12", quase seis em cada dez argentinos dizem hoje que o golpe de Estado "não era justificável", 20% sustentam que "não pode dar opinião" (na maioria jovens que não viveram a ditadura) e 20% que dizem que "sim, era justificável".
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