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Separatistas pró-Rússia abandonam posições no leste da Ucrânia

Separatista do batalhao de Vostok posa para foto em cima de um tanque - Maxim Zmeyev/Reuters
Separatista do batalhao de Vostok posa para foto em cima de um tanque Imagem: Maxim Zmeyev/Reuters

23/07/2014 06h20

O chefe das milícias pró-Rússia no leste da Ucrânia, Igor Strelkov, admitiu nesta quarta-feira (23) que seus destacamentos abandonaram três localidades nos arredores de Donetsk, assim como as cercanias do aeroporto da cidade controlada pelas forças separatistas. "Deixamos Karlovka, também Netailovo e Pervomaiskoye. As pequenas forças que tínhamos ali corriam o risco de serem cercadas e aniquiladas", disse Strelkov, citado pela agência oficial russa "RIA Novosti".

O chefe das milícias acrescentou que a saída dessas localidades foi "ordenada" e com "baixas insignificantes". "Seria um crime deixar vários pelotões de infantaria para que as tropas (ucranianas) massacrassem", explicou. Como resultado dessas ações, acrescentou Strelkov, "o inimigo rompeu o cerco em torno do aeroporto e chegou até a periferia noroeste de Donetsk".

Destacou que o mesmo teria acontecido um dia depois, mesmo sem o recuo das milícias, que "teriam perdido mais de 100 homens para ganhar um tempo desnecessário". Strelkov opinou que as tropas ucranianas não vão desenvolver sua ofensiva sobre Donetsk e que se limitarão a atacar a cidade com fogo de artilharia.  "O inimigo não entrará na cidade. Donetsk não é a pequena Derzhinsk com uma guarnição de 80 combatentes", advertiu.

Na sua opinião, o plano das força governamentais é forçar as milícias a deixarem a cidade, que no momento da explosão do conflito, em abril, tinha quase um milhão de habitantes. "Se querem se colocar (na cidade), sejam bem-vindos", disse Strelkov, que também destacou que os carros blindados são muito vulneráveis em condições de combate urbano.

A Ucrânia vive uma crise separatista em regiões onde a população é de maioria russa desde a queda do governo favorável a Vladimir Putin. O novo comando do país, ligado à União Europeia, tenta evitar que mais regiões deixem o território auxiliadas pela Rússia como aconteceu com a Crimeia, república autônoma que decidiu voltar a fazer parte da antiga União Soviética após um referendo.