Ex-detentos de Guantánamo já tomam mate e aprendem espanhol no Uruguai
Rodrigo García.
Montevidéu, 14 dez (EFE).- Apenas três dias após deixar o hospital que certificou seu estado de saúde após aterrissar no Uruguai na qualidade de refugiados, os seis ex-detentos procedentes da prisão de Guantánamo, em Cuba, já tomam o típico mate, 'arranham' o espanhol e se preparam para fazer um churrasco de cordeiro para os que lhes ajudam em sua adaptação ao país.
Os seis homens - quatro sírios, um palestino e um tunisiano -, que foram transferidos dessa prisão na madrugada do domingo passado a bordo de um avião C-17 dos Estados Unidos, já possuem carteira de identidade uruguaia e convivem juntos em uma casa de Montevidéu oferecida pelo sindicato PIT CNT.
"Eles se mostram constantemente agradecidos ao povo uruguaio por sua amparada", afirmou à Agência Efe o secretário de Relações Internacionais do sindicato, Fernando Gambera, que frequentemente visita os ex-detentos.
O PIT CNT fechou um acordo com o governo uruguaio para tutelar os seis homens oferecendo-lhes hospedagem de forma transitória e ajudando-lhes nos aspectos básicos de sua adaptação social, até que encontrem um trabalho e se adaptem ao país.
Enquanto isso, estão "bem animados", segundo Gambera, que esteve ontem com eles enquanto tomavam um café da manhã com "ovos fritos com muita verdura e pão árabe", embora o estado emocional, declarou, "não seja igual nos seis", já que depende do nível de contato que puderam ter com suas famílias.
Desde que se instalaram na casa, começaram a receber aulas de espanhol oferecidas pelo governo e já se defendem com algumas palavras soltas nesse idioma.
De acordo com uma pesquisa realizada no último mês de outubro, 58% dos uruguaios rejeitava essa transferência, fruto de um compromisso adotado pelo presidente do Uruguai, José Mujica, em sua última reunião com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em março de 2014.
No entanto, Gambera elogiou a boa disposição dos moradores do bairro no qual temporariamente estão residindo estes homens.
"Eles saem na varanda e tomam mate. E respondem com gestos de aprovação aos moradores que lhes cumprimentam", contou o sindicalista, que acrescentou que, apesar de já terem feito vários passeios pelas ruas de Montevidéu, insistem em não comparecer a lugares muito movimentados.
Durante seu primeiro mês no Uruguai, o objetivo é conseguir sua adaptação aos costumes e a aprender o idioma, motivo pelo qual ainda "não concretizou-se nada" a respeito das ofertas de trabalho que algumas empresas já lhes fizeram.
A esse respeito, Gambera reconheceu que o sindicato já conversou com os refugiados para determinar "onde estão suas expectativas".
Habitualmente e por turnos, vários militantes do PIT CNT acompanham os ex-detentos tanto pelo dia como pela noite e se comunicam com algum deles em inglês, que por sua vez o traduz ao árabe para a compreensão dos demais.
Além disso, os homens mantêm as rezas e os costumes da religião muçulmana.
"Hoje devem sacrificar um cordeiro para comê-lo em casa junto com professora de espanhol e algum companheiro do sindicato a quem já chamam de 'família'", comentou Gambera.
Por enquanto, os seis refugiados planejam ficar no Uruguai e receber a suas famílias no país, um tema "prioritário" para eles, segundo o porta-voz sindical.
A transferência dos ex-detentos faz parte do programa de fechamento da prisão de Guantánamo adotado por Obama em 2008.
Mujica decidiu então oferecer a "hospitalidade" de seu país "para seres humanos que sofriam um atroz sequestro" em dita prisão, segundo explicou em carta publicada no último dia 5 de dezembro, na qual acrescentava que a razão "iniludível" de seu ato era "humanitária".
Montevidéu, 14 dez (EFE).- Apenas três dias após deixar o hospital que certificou seu estado de saúde após aterrissar no Uruguai na qualidade de refugiados, os seis ex-detentos procedentes da prisão de Guantánamo, em Cuba, já tomam o típico mate, 'arranham' o espanhol e se preparam para fazer um churrasco de cordeiro para os que lhes ajudam em sua adaptação ao país.
Os seis homens - quatro sírios, um palestino e um tunisiano -, que foram transferidos dessa prisão na madrugada do domingo passado a bordo de um avião C-17 dos Estados Unidos, já possuem carteira de identidade uruguaia e convivem juntos em uma casa de Montevidéu oferecida pelo sindicato PIT CNT.
"Eles se mostram constantemente agradecidos ao povo uruguaio por sua amparada", afirmou à Agência Efe o secretário de Relações Internacionais do sindicato, Fernando Gambera, que frequentemente visita os ex-detentos.
O PIT CNT fechou um acordo com o governo uruguaio para tutelar os seis homens oferecendo-lhes hospedagem de forma transitória e ajudando-lhes nos aspectos básicos de sua adaptação social, até que encontrem um trabalho e se adaptem ao país.
Enquanto isso, estão "bem animados", segundo Gambera, que esteve ontem com eles enquanto tomavam um café da manhã com "ovos fritos com muita verdura e pão árabe", embora o estado emocional, declarou, "não seja igual nos seis", já que depende do nível de contato que puderam ter com suas famílias.
Desde que se instalaram na casa, começaram a receber aulas de espanhol oferecidas pelo governo e já se defendem com algumas palavras soltas nesse idioma.
De acordo com uma pesquisa realizada no último mês de outubro, 58% dos uruguaios rejeitava essa transferência, fruto de um compromisso adotado pelo presidente do Uruguai, José Mujica, em sua última reunião com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em março de 2014.
No entanto, Gambera elogiou a boa disposição dos moradores do bairro no qual temporariamente estão residindo estes homens.
"Eles saem na varanda e tomam mate. E respondem com gestos de aprovação aos moradores que lhes cumprimentam", contou o sindicalista, que acrescentou que, apesar de já terem feito vários passeios pelas ruas de Montevidéu, insistem em não comparecer a lugares muito movimentados.
Durante seu primeiro mês no Uruguai, o objetivo é conseguir sua adaptação aos costumes e a aprender o idioma, motivo pelo qual ainda "não concretizou-se nada" a respeito das ofertas de trabalho que algumas empresas já lhes fizeram.
A esse respeito, Gambera reconheceu que o sindicato já conversou com os refugiados para determinar "onde estão suas expectativas".
Habitualmente e por turnos, vários militantes do PIT CNT acompanham os ex-detentos tanto pelo dia como pela noite e se comunicam com algum deles em inglês, que por sua vez o traduz ao árabe para a compreensão dos demais.
Além disso, os homens mantêm as rezas e os costumes da religião muçulmana.
"Hoje devem sacrificar um cordeiro para comê-lo em casa junto com professora de espanhol e algum companheiro do sindicato a quem já chamam de 'família'", comentou Gambera.
Por enquanto, os seis refugiados planejam ficar no Uruguai e receber a suas famílias no país, um tema "prioritário" para eles, segundo o porta-voz sindical.
A transferência dos ex-detentos faz parte do programa de fechamento da prisão de Guantánamo adotado por Obama em 2008.
Mujica decidiu então oferecer a "hospitalidade" de seu país "para seres humanos que sofriam um atroz sequestro" em dita prisão, segundo explicou em carta publicada no último dia 5 de dezembro, na qual acrescentava que a razão "iniludível" de seu ato era "humanitária".
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