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Ministro russo defende solidez de aliança estratégica com Cuba

25/12/2014 06h51

Moscou, 25 dez (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que a aliança estratégica com Cuba é sólida e não teme que a normalização das relações entre Havana e Washington represente o começo de um afastamento do país caribenho em relação à Rússia.

"A última visita do presidente Vladimir Putin a Havana e a recente reunião da comissão intergovernamental para cooperação econômica demonstraram, e para nós é evidente, que nossa associação estratégica com Cuba é sólida", disse Lavrov em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal "Kommersant".

O ministro acrescentou que "os cubanos, assim como os russos, nunca se esquecem daqueles que os apoiaram em momentos difíceis e não vão colocar em risco seus interesses fundamentais no aprofundamento da associação estratégica" entre os dois países.

Lavrov destacou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao anunciar a normalização das relações com Havana, teve a "coragem de dizer que sua Administração compreendeu que o embargo (a Cuba) não serviu para nada".

"Espero que para entender a inutilidade desse tipo de embargo contra outros países eles precisem de menos tempo", disse Lavrov em alusão aos mais de 50 anos do bloqueio a Cuba e às atuais sanções do Ocidente contra a Rússia por sua postura na crise ucraniana.

Além disso, o chefe da diplomacia russa advertiu que não se deve ter a ilusão de que a normalização das relações entre EUA e Cuba avançará com rapidez, pois "foram dados apenas os primeiros passos".

"São bastante importantes no âmbito humanitário, mas em grande medida simbólicos, porque a parte fundamental das restrições comerciais se mantém", explicou.

Lavrov também lembrou que nem tudo depende do presidente dos Estados Unidos e que a partir de 1º janeiro os republicanos terão o controle total do Congresso americano.

"Não sei se os republicanos terão a coragem e o bom senso para avaliar essa situação do ponto de vista dos interesses dos EUA, e não dos interesses de um pequeno grupo de eleitores anticastristas", opinou.