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Desconhecidos se apresentam como alternativa liberal a Hillary Clinton

20/04/2015 19h48

Washington, 20 abr (EFE).- Dois políticos democratas e um independente começaram a se posicionar como alternativa a Hillary Clinton, que já está imersa em sua campanha prévia às primárias do partido, que até agora parece destinada a ser uma cerimônia de "coroação" sem rivais consistentes.

O ex-governador de Maryland, Martin O'Malley, falou nesta segunda-feira na rádio pública "NPR" para distanciar-se politicamente de Hillary e pôr os alicerces em uma candidatura pela presidência dos Estados Unidos que poderia ser anunciada no final de maio.

O'Malley, praticamente desconhecido para os eleitores americanos em comparação com a midiática Hillary, assegurou hoje: "Executei políticas progressistas e tenho um histórico de conquistas... acho que minhas diferenças (em relação a Hillary) são claras".

Segundo uma recente pesquisa do instituto de pesquisa Pew Center, 73% dos eleitores nunca ouviram falar de O'Malley, apesar de o ex-governador ser visto como um dos possíveis rivais de Hillary nas primárias do Partido Democrata.

O'Malley tentou posicionar-se mais à esquerda de Hillary ao defender hoje um aumento maior do salário mínimo, políticas econômicas a favor da classe média e argumentos contra o Acordo de Associação Transpacífico com países asiáticos e latino-americanos do Pacífico.

Do mesmo modo, o ex-senador pela Virgínia, Jim Webb, aproveitou os programas de debate televisivos dominicais para apresentar-se como alternativa a Hillary Clinton, que anunciou suas intenções de ser a candidata presidencial democrata há pouco mais de uma semana e já está imersa em um tour por estados decisivos.

Webb, desconhecido para 68% dos eleitores, assegurou em entrevista ao canal "CNN" que o país está cansado das mesmas caras e necessitado de "uma visão fresca sobre como resolver os problemas".

O ex-senador reconheceu que sua campanha não vai conseguir ter o nível de fundos que espera-se que arrecade a largamente preparada de Hillary, cuja maquinaria eleitoral e suas boas relações com Wall Street poderiam levar-lhe a contar, segundo estimativas, com até US$ 2,5 bilhões para sua campanha.

"Nunca vou ter um consultor político a meu lado sussurrando o que devo dizer, o que vestir ou se devo ir ao Wal-Mart ou não", disse Webb, que como os outros aspirantes ainda não anunciou sua intenção de enfrentar Hillary, que parece destinada a ser a candidata democrata à presidência sem grande oposição nas primárias.

Tanto O'Malley como Webb já passaram pelo estado de Iowa, considerado fundamental nas eleições e no processo de primárias, para medir suas possibilidades perante as eleições pela candidatura.

Mas nenhum o fez com a expectativa levantada por Hillary, que anunciou sua candidatura para 2016 com um tour pelo reduto de votos de Iowa e New Hampshire, seguida de uma multidão de jornalistas, curiosos e manchetes da imprensa local.

Hillary Clinton pode chegar à convenção democrata da Filadélfia sem grandes dificuldades após impor-se nas primárias, algo que poderia ter um efeito negativo ao ser apresentado pelos republicanos como uma "coroação" política sem debate real prévio.

No entanto, ainda resta saber se possíveis rivais como o vice-presidente, Joe Biden, ou a senadora Elizabeth Warren, decidirão finalmente enfrentar Hillary.

Biden e Warren se mantiveram por enquanto à margem do cortejo eleitoral após o anúncio de Hillary e, sobretudo no caso da senadora, tudo indica que não se postularão como alternativa dentro do partido.

Por sua vez, o representante dos progressistas nesta campanha poderia ser o senador independente de Vermont, Bernie Sanders, que assegurou no domingo que decidirá "muito em breve" se vai se apresentar como candidato da alternativa liberal a Hillary.

Sanders afirmou em entrevista à "Fox News" que não se apresentará se não for capaz de obter suficientes apoios para lançar uma "campanha crível" e com possibilidades de vitória.