Santos autorizou viagem de chefes da Farc e do ELN para reunião em Cuba

Bogotá, 11 mai (EFE).- O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, confirmou nesta segunda-feira que autorizou uma reunião em Cuba dos principais chefes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño Echeverry, conhecido como "Timochenko", e do Exército de Libertação Nacional (ELN), Nicolás Rodríguez Bautista, conhecido como "Gabino".

Santos não disse quando aconteceu esta reunião, mas meios de comunicação locais apostam que o encontro aconteceu semanas atrás e que, para permitir a viagem, foram temporariamente suspensas as ordens de captura contra os dois chefes guerrilheiros.

"Em minha condição de chefe de Estado e de governo facilitei, com o apoio dos países fiadores e acompanhantes, as condições para que este encontro acontecesse, com o único propósito de conseguir avanços na busca do fim do conflito", disse Santos em um discurso na Casa de Nariño, sede do Executivo.

"Timochenko" não faz parte da equipe que as Farc designaram para negociar a paz com o governo colombiano em Cuba nas conversas iniciadas em novembro de 2012.

Por sua vez, o ELN ainda não iniciou negociações de paz com o governo, apesar de, desde janeiro de 2014, as partes manterem diálogos "exploratórios".

Santos assegurou que sua obrigação como chefe de Estado é "buscar a paz como valor supremo para todos os colombianos" e acrescentou: "Não vou hesitar nesse propósito".

O presidente colombiano ressaltou ainda que o país pode estar "seguro que todas minhas atuações na busca da paz estiveram e estarão no marco de nossa Constituição e das leis que jurei cumprir".

Em outubro do ano passado, Santos reconheceu que autorizou duas viagens de "Timochenko" a Havana e justificou sua decisão assegurando que fez isso para que os negociadores da guerrilha não demorem quatro meses para consultar cada decisão dos diálogos de paz com seu líder máximo.

Por essas viagens, a Comissão de Acusações da Câmara dos Representantes abriu uma investigação preliminar sobre o presidente com base em uma denúncia interposta pelo advogado Guillermo Rodríguez pelos supostos delitos de prevaricação por omissão e traição à pátria.

Por outro lado, o presidente disse hoje que, além de autorizar a viagem de "Timochenko" e "Gabino", também aprovou o retorno nas próximas semanas à Colômbia de dois membros das Farc para que participem nos trabalhos de retirada de minas que começará nos departamentos de Antioquia (noroeste) e Meta (centro), segundo o estipulado na mesa de negociação.

"Uma vez que concluam esta tarefa, retornarão a Havana para continuar sua participação na mesa de conversas", concluiu Santos. EFE

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