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Agência antidrogas dos EUA informou ao México que "Chapo" pretendia fugir

Fernando Brito/AFP
Imagem: Fernando Brito/AFP

Em Washington

13/07/2015 20h03

A DEA (Agência Antidrogas dos Estados Unidos) alertou o governo do México que o narcotraficante Joaquín "El Chapo" Guzmán tinha planos de fuga, mas não se referia concretamente à protagonizada pelo chefe do cartel de Sinaloa no sábado, segundo a emissora americana "CBS".

Segundo fontes citadas pela televisão, a DEA interceptou informações sobre diferentes planos de fuga do "Chapo", e conversas entre um dos filhos dele e outros cúmplices para tirar o narcotraficante do presídio de Planalto I, no estado central do México.

Por causa destes indícios, a DEA pôs sua informação à disposição das autoridades mexicanas, segundo a "CBS".

No entanto, a emissora indicou que nenhuma das informações interceptadas pela DEA se referiam ao plano executado por "El Chapo", o inimigo público número um dos Estados Unidos após a morte de Osama bin Laden, que fugiu na noite de sábado por um túnel que levava a um imóvel a 1,5 quilômetro de distância da penitenciária.

A Agência Efe perguntou sobre isso aos porta-vozes da DEA e do Departamento de Justiça americana, mas nenhum deles quis fazer comentários sobre estas informações.

"El Chapo" já tinha escapado em 2001, por um carrinho de lavanderia da penitenciária de segurança máxima de Puente Grande, anos arredores de Guadalajara, no oeste do México, e foi preso novamente somente em fevereiro de 2014.

Sua captura, após ter permanecido foragido por 13 anos, foi considerada o maior golpe contra o narcotráfico no México em uma década e a DEA respirou tranquila ao ver preso o traficante que mais droga jogou nas ruas dos Estados Unidos, segundo as autoridades.

Quase 48 horas depois da fuga de "El Chapo" persistem as dúvidas sobre quem o ajudou a fugir, enquanto as forças de segurança mexicanas continuam a caçada com a ajuda de países vizinhos, inclusive dos Estados Unidos.

"El Chapo" enfrenta dezenas de acusações por narcotráfico, lavagem de dinheiro e outros delitos em tribunais federais de Illinois, Nova York, Flórida, Texas, Califórnia e Arizona, já que os Estados Unidos são o maior mercado do Cartel de Sinaloa.

Após a captura do poderoso narcotraficante ano passado, Washington iniciou os procedimentos para solicitar sua extradição ao México, mas ela nunca chegou a acontecer.

De fato, vários legisladores americanos insistiram com o governo do presidente Barack Obama para conseguir a extradição de "El Chapo", por considerar que havia riscos que ele fugir novamente da prisão se cumprisse pena no México, como já tinha ocorrido anteriormente. Hoje a Casa Branca reiterou seu interesse em julgá-lo.