Chanceler cubano exige fim do embargo durante abertura da embaixada nos EUA
O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, exigiu nesta segunda-feira (20) aos Estados Unidos o fim do embargo e a devolução do território no qual está a base naval de Guantánamo em um combativo discurso por ocasião da reabertura da embaixada cubana em Washington.
"É grande o desafio porque nunca houve relações normais entre EUA e Cuba, apesar de um século e meio de intercâmbios entre seus povos", destacou Rodríguez.
O ministro das Relações Exteriores felicitou os funcionários de ambos países que participaram das negociações para a normalização das relações, por terem conseguido que ondeie de novo em Washington a "bandeira da estrela solitária".
A bandeira içada no edifício que desde 1977 acolhia o Escritório de Interesses de Cuba é a mesma que foi tirada há 54 anos, quando os países romperam relações, e desde então foi conservada por uma "família de libertadores" na Flórida e depois em um museu, "antecipando que este dia chegaria", destacou Rodríguez.
"Chegamos aqui graças à condução suprema do líder Fidel Castro", destacou o representante cubano em discurso pronunciado dentro da embaixada, após o solene içamento da bandeira no exterior.
Primeiro chanceler cubano que visita Washington desde 1959, Rodríguez fez várias referências ao herói cubano José Martí e à história de "ingerência" dos Estados Unidos nos assuntos de Cuba.
O chanceler transferiu aos presentes ao ato de reabertura da embaixada o "firme compromisso" do governo cubano para avançar nas relações entre os dois países, embora "sem menosprezo algum" da independência do povo cubano e "sua luta centenária pela plena autodeterminação".
"Hoje é aberta a oportunidade de voltar a fundar relações bilaterais novas e distintas frente a tudo e ao anterior. Para isso, o governo cubano compromete toda sua vontade e pede a devolução de Guantánamo, o fim do bloqueio e o respeito da soberania de Cuba", destacou o chefe da diplomacia cubana.
Só levantando o embargo e devolvendo a base de Guantánamo "se dará sentido ao que estamos vivendo hoje", advertiu Rodríguez, que avisou que "persistir nos objetivos obsoletos (...) não ajudará ao interesse dos Estados Unidos".
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