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ONU apresentará novas propostas para a paz na Síria

26/07/2015 17h27

O enviado das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, apresentará nesta semana ao Conselho de Segurança desse organismo suas novas propostas para tentar avançar rumo a uma solução diplomática à guerra nesse país.

De Mistura, que durante os últimos meses manteve várias rodadas de contatos com as partes do conflito e os principais atores da comunidade internacional, deve comparecer na próxima quarta-feira (29) perante o principal órgão de decisão da ONU.

Na reunião, é esperada a presença do secretário-geral, Ban Ki-moon, que encarregou De Mistura de realizar uma nova tentativa para recuperar o diálogo político na Síria. Desde o começo do conflito, Ban insistiu que a negociação é a única forma possível de pôr fim a uma guerra que já dura mais de quatro anos e que deixou mais de 220 mil mortos.

De Mistura iniciou no começo de maio uma série de consultas em Genebra com as distintas partes envolvidas na guerra, que completou nas últimas semanas com várias visitas à zona e reuniões. Embora não tenha vazado informações sobre as discussões, sabe-se que De Mistura segue trabalhando sobre a base do chamado comunicado de Genebra.

Este documento, estipulado em uma conferência de paz internacional em 2012, defende a criação de um governo de transição na Síria, que reúna membros do regime de Bashar al Assad e da oposição como fórmula para pôr fim à guerra.

Apesar dessa opção ser defendida pelo grosso da comunidade internacional, o plano não conseguiu avançar desde então. O Conselho de Segurança, muito dividido, também não foi capaz de dar passos para tentar desbloquear a situação, apesar das várias chamadas efetuadas por Ban.

O debate da próxima quarta-feira ocorrerá depois que nesta semana os dois principais grupos políticos da oposição síria anunciaram a adoção de um roteiro para conseguir uma solução política ao conflito com base no comunicado de Genebra. Em paralelo à análise da vertente política, o Conselho de Segurança abordará também na próxima terça-feira a situação humanitária no país.

Em seu último comparecimento perante o Conselho, a subsecretária geral adjunta da ONU para Assuntos Humanitários, Kyung-wha Kang, garantiu que a provisão humanitária na Síria é cada vez mais difícil como consequência dos combates e da falta de fundos.

Segundo dados da ONU, cerca de 12 milhões de pessoas necessitam ajuda humanitária na Síria, 12 vezes mais que em 2011, quando começou a guerra. Delas, 5,6 milhões são crianças, enquanto o número de deslocados pelos combates chega a 7,6 milhões e outros 4 milhões escaparam do país.

Desde o início do conflito, mais de 220 mil pessoas morreram e mais de um milhão ficaram feridas, segundo as Nações Unidas.