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Putin classifica acusações de que Rússia matou civis de "guerra de informação"

"Temos intenção de lutar exatamente contra as organizações terroristas",disse Vladimir Putin - Mary Altaffer/AP
"Temos intenção de lutar exatamente contra as organizações terroristas",disse Vladimir Putin Imagem: Mary Altaffer/AP

Em Moscou

01/10/2015 10h54

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou nesta quinta-feira(01) de "guerra de informação" as denúncias e publicações na imprensa ocidental de que os primeiros bombardeios da aviação russa na Síria ontem teriam causado 36 mortos entre a população civil.

"Estamos preparados para esses ataques noticiários. A primeira notícia sobre vítimas entre a população civil apareceu antes de nossos aviões decolarem", disse Putin durante uma reunião do Conselho de Direitos Humanos, adjunto à presidência russa.

O chefe do Kremlin ressaltou que "outros países estão há mais de um ano atacando território sírio sem autorização do Conselho de Segurança da ONU e sem a correspondente solicitação das autoridades oficiais sírias".

"Já nós temos essa solicitação e temos intenção de lutar exatamente contra as organizações terroristas", ressaltou Putin.

Pouco antes, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, garantiu que os alvos dos ataques aéreos russos na Síria se dirigem exclusivamente contra os jihadistas e são decididos em coordenação com o Ministério da Defesa sírio.

"É preciso ter muito cuidado com todas as informações que aparecem atualmente, porque muitas vezes são tergiversadas e falsas", afirmou Peskov.

O presidente da opositora Coalizão Nacional Síria, Khaled Joia, afirmou que quarta-feira os bombardeios russos no norte da província síria de Homs mataram 36 civis e foram dirigidos contra um território que não tem a presença do Estado Islâmico (EI).

O Senado da Rússia autorizou o uso das forças aéreas russas na Síria respondendo a um pedido de Putin, que por sua vez recebeu um pedido de ajuda militar por escrito do líder sírio, Bashar al Assad.

Em seu primeiro discurso na Assembleia Geral da ONU após dez anos de ausência, Putin afirmou ser um "grave erro" não ajudar Assad em sua luta contra os jihadistas.