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Kim Jong-un afirma pela primeira vez que Coreia do Norte possui bomba H

10/12/2015 08h32

(Atualiza com avaliação de analistas).

Seul, 10 dez (EFE).- O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, mencionou pela primeira vez que o país possui a bomba de hidrogênio, informou nesta quinta-feira a agência estatal de notícias "KCNA", mas especialistas sul-coreanos não acreditam que o país vizinho tenha capacidade para desenvolver essa arma altamente destrutiva.

O ditador afirmou que a Coreia do Norte "se transformou em um poderoso estado possuidor de armas nucleares capaz de detonar de forma autossuficiente uma bomba atômica, e também uma bomba H, para defender eficazmente sua soberania e a dignidade da nação", publicou a "KCNA" em comunicado.

Kim Jong-un pronunciou essas palavras durante uma visita ao Lugar Revolucionário de Phyongchon, na capital Pyongyang, um enclave histórico da indústria de armamentos do país por ter abrigado a primeira fábrica de munições, há seis décadas.

O líder de 32 anos reafirmou várias vezes que a Coreia do Norte possui armas nucleares, e que este recurso é o principal pilar de sua defesa para resistir aos supostos planos de invasão do país pelos Estados Unidos.

No entanto, analistas na Coreia do Sul indicaram hoje que é a primeira vez que a Coreia do Norte garante ter a bomba de hidrogênio, um explosivo que pode multiplicar por milhares a potência de um míssil nuclear comum como os lançados sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945.

Já o Serviço Nacional de Inteligência (NIS) sul-coreano "não tem ciência" de que o regime de Kim Jong-un tenha desenvolvido a bomba de hidrogênio, indicou um de seus altos funcionários à agência Yonhap, em Seul.

Segundo o NIS, a "Coreia do Norte ainda não teve sucesso na miniaturização das bombas nucleares, por isso também não pode contar com a tecnologia para produzir uma bomba H", afirmou o funcionário, que qualificou como simples "retórica" o pronunciamento do líder norte-coreano.

No caso das bombas nucleares comuns, se sabe que o país comunista alcançou um alto desenvolvimento tecnológico e, de fato, realizou três detonações em 2006, 2009 e 2013, mas continua sendo uma incógnita se é capaz ou não de miniaturizar os explosivos atômicos para instalá-los nas ogivas de seus mísseis.