Topo

Obama promete a dissidentes que continuará denunciando violações em Cuba

Obama chega para assistir jogo de beisebol em Havana junto com Raúl Castro - Rebecca Blackwell/AP
Obama chega para assistir jogo de beisebol em Havana junto com Raúl Castro Imagem: Rebecca Blackwell/AP

Em Washington

22/03/2016 17h52

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu nesta terça-feira (22) aos 13 dissidentes cubanos com os quais se reuniu em Havana que continuará denunciando "decididamente" as violações de direitos em Cuba, mas que a permanência da política de isolamento dificultará qualquer mudança na ilha.

"Me reuni com vários dissidentes, alguns que apoiavam nossa política e outros que achavam que recompensa ou valida o governo atual", disse Obama em uma entrevista à rede de televisão americana ESPN enquanto assistia ao amistoso de beisebol em Havana entre a seleção de Cuba e o Tampa Bay Rays.

"Expliquei que continuaremos denunciando decididamente as coisas que consideramos importantes, mas que o isolamento, de certo modo, dava poder àqueles que não queriam ver mudanças" em Cuba, acrescentou.

Obama disse que alguns dos dissidentes com os quais se reuniu hoje "estiveram ontem mesmo na prisão e um deles ainda tinha marcas como consequência das algemas" em seus punhos.

Mas o presidente alegou que, com a política anterior de isolamento, não poderia ter feito o que fez hoje, "falar a toda a população cubana" em discurso em Havana "sobre o extraordinário êxito dos americanos por terem liberdade de expressão, de religião e a capacidade de começar seus próprios negócios".

"Não tenho dúvidas de que eventualmente vai haver mudanças" em Cuba, ressaltou.

Obama explicou que o objetivo dos Estados Unidos é fazer com que, como consequência do restabelecimento das relações e da diminuição das restrições a Cuba, comece a haver "mais viajantes americanos" e um aumento das remessas para os cubanos.

"Criando esses espaços de oportunidade e esperança, com o tempo começará a haver mudanças, e as pessoas já não pensarão que têm que ir para Miami, mas podem ficar em Cuba", apontou.

"Minha esperança é que a cada vez que voltarmos (a Cuba) possamos ver mais liberdade e prosperidade na ilha e que os laços entre nossos dois povos sejam cada vez mais fortes com o tempo", acrescentou.

Obama explicou que suas filhas, Malia e Sasha, tiveram a oportunidade de falar com os netos do presidente Raúl Castro durante a visita e que espera que "as próximas gerações (de americanos e cubanos) não guardem algumas das cicatrizes do passado".