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Dezenas de países se reunirão anualmente para falar sobre segurança nuclear

01/04/2016 20h44

Washington, 1 abr (EFE).- Argentina, México, Chile e Espanha farão parte de um novo grupo de trabalho internacional sobre segurança nuclear que se reunirá anualmente para impulsionar o debate sobre esse tema, anunciaram nesta sexta-feira os líderes reunidos em Washington por ocasião da 4ª Cúpula de Segurança Nuclear.

Um total de 39 países, além da ONU e da Interpol, fará parte desse novo mecanismo que procura dar continuidade ao processo de cúpulas de segurança nuclear que se iniciou em 2010 por iniciativa do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e que teve hoje sua última edição, uma vez que este deixará o poder em janeiro.

"Precisamos manter as ações e a ambição sobre segurança nuclear depois da Cúpula de Segurança Nuclear de 2016", afirmaram os líderes de mais de 50 países que participaram da cúpula em comunicado conjunto.

Obama explicou que esse grupo "se reunirá regularmente para preservar as redes de cooperação que construímos (ao longo das cúpulas de segurança nuclear), para institucionalizar este trabalho e continuar produzindo avanços durante muitos anos".

Será "uma forte arquitetura" que contará com o apoio da ONU, da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e da Interpol "para continuar este trabalho e proporcionar os recursos e o apoio técnico que se necessita para continuar com esta missão", acrescentou Obama em entrevista coletiva.

Nem todos os países representados na cúpula farão parte do novo grupo de trabalho, do qual o Brasil não participará, por exemplo, segundo a informação proporcionada pela Casa Branca.

Os 39 países integrantes enviarão analistas para se reunir "anualmente às margens da conferência geral da AIEA" e possivelmente também durante outros encontros multilaterais e tentar "identificar tendências emergentes que possam requerer uma maior atenção", segundo o comunicado conjunto.

Em outro comunicado geral emitido ao término da cúpula, os mais de 50 países presentes reafirmaram a "responsabilidade essencial e o papel central da AIEA na hora de fortalecer a segurança nuclear global" e sua liderança na organização de conferências internacionais.

Essa mensagem parece querer aplacar as preocupações da Rússia, que boicotou a cúpula deste ano por considerar que os organizadores americanos da reunião estavam interferindo no trabalho da AIEA, um organismo internacional vinculado à ONU.

Os países também destacaram que "o risco do terrorismo nuclear e radiológico continua sendo uma das maiores ameaças à segurança internacional e essa ameaça evolui constantemente".