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Em declaração, governo e oposição se comprometem a viver em paz na Venezuela

Representantes do governo e da oposição, além do Vaticano e da Unasul, falam sobre acordo - Federico Parra/AFP
Representantes do governo e da oposição, além do Vaticano e da Unasul, falam sobre acordo Imagem: Federico Parra/AFP

Em Caracas

12/11/2016 19h46Atualizada em 12/11/2016 23h35

O governo da Venezuela e a oposição divulgaram neste sábado uma declaração conjunta denominada "Conviver em paz", na qual ambos se comprometem a cumprir a Constituição do país e expressam seu "firme compromisso" com uma convivência "pacífica e construtiva" que "expatrie a violência".

O representante do governo, Jorge Rodríguez, e o da Mesa da Unidade Democrática (MUD), Carlos Ocariz, leram a declaração conjunta ao término da segunda reunião plenária de diálogo, que se prolongou por cerca de quatro horas em um hotel de Caracas.

"Expressamos assim os valores e princípios que nos obrigam no marco da Constituição e nas leis da república. São princípios que compartilhamos e nos comprometemos a defender", destaca o começo da declaração conjunta, lido por Rodríguez.

O documento afirma que ambas as partes querem falar "ao povo da Venezuela", não como governo e oposição, mas em "uma condição para reconhecer e promover o consenso, a de cidadãos da Venezuela, compatriotas do bem comum, que está acima de nossas legítimas diferenças".

Neste sentido, o governo e a MUD fazem um apelo para que a declaração seja respaldada pelas forças políticas, as instituições públicas, as organizações sociais, os veículos de comunicação, as universidades, as comunidades religiosas, os centros educativos e a sociedade em geral, segundo a parte do texto conjunto lida por Ocariz.

"Nos comprometemos de forma solene a que nossas diferenças políticas só tenham uma resposta no estrito marco constitucional, um caminho democrático pacífico e eleitoral", asseguram.

Além disso, os delegados do governo venezuelano e da aliança opositora decidiram implementar em breve medidas para melhorar o abastecimento de alimentos e remédios, em falta no país.

"O governo nacional e a MUD (...) decidiram priorizar no curto prazo a adoção de medidas orientadas ao abastecimento de remédios e alimentos, sobre a base de contribuir para promover sua produção e importação", disse aos jornalistas o enviado do Vaticano para o diálogo, Claudio María Celli.

As partes decidiram também "promover a elaboração e aplicação de políticas de cooperação entre os setores público e privado para monitorar, fiscalizar e controlar os mecanismos de aquisição e distribuição de insumos e mercadorias".

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AFP