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Santos concorda em submeter acordo de paz ao Congresso da Colômbia

19/11/2016 17h17

Bogotá, 19 nov (EFE).- O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse neste sábado (19) que está de acordo com a proposta de seu antecessor, Álvaro Uribe, de submeter à discussão do Congresso o novo acordo de paz assinado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em Cuba para definir como o pacto será referendado.

"O presidente Uribe disse na Câmara na quinta-feira que esta discussão deveria ser levada ao Congresso da República e eu estou de acordo", disse o chefe de Estado em uma declaração antes de partir para Lima, no Peru, onde participará como convidado na 24ª Cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec, sigla em inglês).

Santos acrescentou que concorda em transferir as discussões "ao próprio Congresso da República".

Novo acordo

O novo acordo de paz, assinado em 12 de novembro em Havana, contém as contribuições dos setores contrários ao pacto inicial que foi assinado em 26 de setembro em Cartagena das Índias e rejeitado pelos colombianos em um referendo no dia 2 de outubro.

O governo colombiano não definiu o mecanismo para referendar o novo acordo de paz, mas estuda as possibilidades de convocar uma nova consulta popular, de fazê-lo por votação no Congresso da República, ou através dos distritos municipais, com participação direta dos cidadãos.

Santos também destacou a participação e as contribuições de todos os setores para conseguir o novo acordo, que, segundo ele, recebeu "respaldo internacional" dos Estados Unidos, através do secretário de Estado John Kerry, da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia (UE).

Além disso, o presidente colombiano insistiu sobre a "urgência" de "um avanço rápido" nos acordos de paz porque, segundo ele, "há grupos armados ilegais em diferentes regiões do país que estão querendo ocupar o espaço que está sendo deixado pelas Farc".

Santos reiterou que "cessar-fogo é frágil" e lembrou o incidente no qual dois guerrilheiros das Farc morreram no norte do país e que está sendo investigado pelo Mecanismo Tripartite de Monitoração e Verificação, formado por integrantes da ONU, do governo da Colômbia e das Farc.