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Estados Unidos concluirão saída do Afeganistão no final de agosto

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, na Sala Leste da Casa Branca, em Washington - Anna Moneymaker/Getty Images
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, na Sala Leste da Casa Branca, em Washington Imagem: Anna Moneymaker/Getty Images

03/07/2021 02h42

Os Estados Unidos planejam concluir sua retirada do Afeganistão até o final de agosto, dias antes do inicialmente previsto, embora mantenham uma presença diplomática no país, afirmou nesta sexta-feira a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.

"Agora, esperamos concluí-lo até o final de agosto", disse Jen Psaki, durante sua entrevista coletiva diária.

Este calendário é mais curto do que o inicialmente previsto pelo presidente americano, Joe Biden, que fixou o prazo para 11 de setembro, quando farão 20 anos dos ataques que levaram à invasão do Afeganistão pelos EUA.

A porta-voz deu essas declarações horas depois de tomar conhecimento que as forças dos EUA haviam entregue o controle da Base Aérea de Bagram, sua principal instalação militar no Afeganistão, às autoridades afegãs.

Ela também confirmou que "antes do fim" do processo de retirada em agosto, os Estados Unidos vão transferir para outros países milhares de tradutores e outros trabalhadores afegãos que apoiaram as forças americanas durante as últimas duas décadas de guerra.

Embora Jen Psaki não quisesse dar mais detalhes "por razões de segurança", a "CNN" informou hoje que Washington está negociando com o Tajiquistão, Cazaquistão e Uzbequistão para receber alguns desses trabalhadores afegãos, enquanto eles concluem um longo processo para obter um visto de entrada para os Estados Unidos.

O jornal "The New York Times" publicou em junho que mais de 18 mil afegãos trabalharam como tradutores, engenheiros, motoristas, guardas de segurança e funcionários da embaixada dos EUA durante a guerra e que estão em um limbo burocrático depois de terem solicitado o visto, conhecido como SIV.

Esses candidatos incluem também 53 mil membros da família.

"Nosso plano é realocar essas pessoas em algum lugar fora do Afeganistão antes de encerrar nossa retirada militar", enfatizou Psaki.

A porta-voz também minimizou a resposta abrupta que Biden deu hoje a jornalistas que lhe perguntaram sobre o Afeganistão durante uma cerimônia na Casa Branca.

Após ter sido questionado três vezes sobre o Afeganistão, Biden ficou exasperado e disse que não responderia a mais perguntas sobre aquele país, então acrescentou, visivelmente irritado, que este era um "fim de semana de feriado" para o Dia da Independência dos EUA e que gostaria de falar sobre "coisas felizes".

A porta-voz disse que os jornalistas estavam "tirando demasiadas conclusões" da reação de Biden, dizendo que ele simplesmente queria resolver a questão porque já havia respondido a três perguntas, não porque não parecesse ser uma questão importante.

Durante a conversa com a imprensa, o presidente dos EUA também expressou a opinião de que o governo do Afeganistão tem capacidade para se manter após a saída de soldados americanos de seu território, mesmo com a ameaça do Talibã.

A redução das tropas internacionais coincidiu com o aumento das ofensivas do Talibã e seu avanço nos territórios. Desde o início da retirada, os insurgentes capturaram quase 80 dos 407 distritos das forças governamentais.