Grécia chega a acordo sobre governo de coalizão; primeiro-ministro vai deixar o poder
O primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, e o líder do partido oposicionista Nova Democracia (ND), Antonis Samaras, chegaram neste domingo (6) a um acordo para a formação de um governo de coalizão, acertado após reunião com o presidente do país, Karolos Papoulias, segundo comunicado divulgado pela Presidência. O acordo inclui a saída do atual primeiro-ministro do poder.
O novo governo ficará encarregado da "aplicação do plano europeu" de ajuda à Grécia até "as próximas eleições", destaca o comunicado. O líder da oposição conservadora e Papandreou se reunirão novamente nesta segunda-feira para designar um novo primeiro-ministro e o futuro gabinete.
Dessa forma, os líderes acertaram cumprir o plano de ajuda à Grécia feito com a União Europeia (UE) e o FMI em 26 de outubro --que inclui o perdão de 50% da dívida grega com os investidores privados-- e a formar um governo de coalizão que ficará no poder até a realização de novas eleições.
Os maiores partidos políticos do país decidiram que as eleições devem ser realizadas em 19 de fevereiro, segundo anunciou o ministro da economia do país, Evangelos Venizelos.
A condição para a ajuda externa é a aplicação de medidas de austeridade. Espera-se que o ministro interino de Finanças da Grécia, Vangelis Venizelos, continue no cargo e que represente o país na reunião de amanhã. Além disso, ele deve permanecer no posto de vice-presidente.
Uma vez concluídas todas as negociações, o Parlamento dará o voto de confiança ao novo governo.
Renúncia
A reunião que selou o acordo ocorreu após um final de semana de sobressaltos para Papandreou. O premiê declarou antes do encontro que está preparado para abandonar o cargo se a oposição chegasse a um acordo sobre o nome de um novo primeiro-ministro e a formação de um governo de coalizão.
A renúncia de Papandreou era uma exigência de Samaras para participar das negociações para a formação de um governo de coalizão, que será criado com o objetivo de superar a crise econômica que atinge o país.
O primeiro-ministro deixou o cargo fragilizado, mesmo tendo ganho a moção de confiança do Parlamento na última sexta-feira, com 153 votos a favor e 145 contra.
No sábado, Papandreou tentou iniciar a formação de um governo de coalizão na Grécia, mas foi barrado pela oposição, que queria, além da renúncia do premiê, novas eleições.
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