Bomba nuclear do Irã pode impedir guerras de Israel, diz general
Por Dan Williams
JERUSALÉM, 17 Jan (Reuters) - Um Irã com armas nucleares poderia impedir Israel de ir à guerra contra aliados de Teerã no Líbano e na Faixa de Gaza, disse um general israelense nesta terça-feira.
O Estado judaico enxerga os programas de enriquecimento de urânio e de mísseis do Irã como uma ameaça mortal, e vem fazendo lobby entre as grandes potências para revertê-los através de sanções, ao mesmo tempo em que sugere que pode recorrer a ataques militares preventivos.
O general Amir Eshel, chefe do planejamento estratégico das Forças Armadas, repetiu o argumento dos líderes israelenses de que o Irã, que rejeita estar fazendo algo errado e condena a censura internacional sobre seus projetos secretos, poderia criar "uma selva nuclear global" e alimentar a corrida armamentista em um Oriente Médio já volátil.
Eshel deixou claro que Israel - que acredita-se ter o único arsenal atômico da região - teme que Síria e a milícia do Hezbollah do Líbano, assim como os islâmicos palestinos do Hamas que governam Gaza, possam um dia contar com uma bomba iraniana.
"Eles serão mais agressivos. Eles se atreverão a fazer coisas que agora não fazem", disse em um comunicado a jornalistas e diplomatas estrangeiros.
"Portanto, isso vai criar uma mudança dramática na postura estratégica de Israel, porque se formos obrigados a fazer coisas em Gaza ou no Líbano sob a proteção nuclear iraniana, pode ser diferente".
Eshel, que falou no centro de estudos conservador Centro para Questões Públicas de Jerusalém, citou uma autoridade da Índia não identificada que havia descrito o atrito de poder na Ásia com o vizinho rival Paquistão em termos de autocontenção.
"Quando o outro lado tem capacidade nuclear e estamos prontos a usá-la, você pensa duas vezes", disse Eshel. "Você se contem mais porque não quer entrar nesse jogo".