Rússia deve propor mudanças em resolução da ONU sobre Síria


Por Louis Charbonneau

NAÇÕES UNIDAS, 3 Fev (Reuters) - Diplomatas do Conselho de Segurança da ONU aguardam nesta sexta-feira emendas a serem feitas pela Rússia na proposta euro-árabe de resolução que manifesta aval a um plano da Liga Árabe para a Síria, e a expectativa é de que a questão seja resolvida entre a Rússia e os Estados Unidos.

O Marrocos apresentou na quinta-feira uma versão revisada da proposta para ser votada nesta sexta-feira, mas o embaixador russo, Vitaly Churkin, disse em uma sessão a portas fechadas que vetaria o texto por declarar que a entidade "apoia totalmente" o plano árabe, que prevê o afastamento do presidente da Síria, Bashar al-Assad, segundo diplomatas.

Um diplomata ocidental relatou, no entanto, que ao final da reunião de quinta-feira os 15 países haviam concordado em princípio com o novo texto, incluindo a frase sobre "apoio total", mas que a decisão final seria tomada pelos governos envolvidos.

As primeiras notícias vindas de Moscou davam conta de que a liderança russa ainda não estava satisfeita. O vice-chanceler Gennady Gatilov disse à agência Interfax que a proposta "não é suficiente para que possamos apoiá-la nessa forma".

Diplomatas disseram à Reuters que Churkin devolveria o texto com novas sugestões ainda nesta sexta-feira. "Vamos dar uma olhada no que eles propõem", disse uma das fontes, acrescentando que "não há muito espaço para edições substanciais".

Na quinta-feira, o primeiro-ministro do Catar, xeique Hamad bin Jassim al-Thani, disse à Al Jazeera que a Liga Árabe não aceitaria novas concessões.

"A versão que temos é a mínima que podemos aceitar", disse o premiê, acrescentando que, se a Rússia não apoia a atual visão, deveria usar seu poder de veto.

Diplomatas dizem que a Rússia sinaliza não ter vontade de vetar a resolução, como fizeram Moscou e Pequim numa proposta europeia de resolução, em outubro, que condenava o governo da Síria pela repressão a manifestações pró-democracia.

Os enviados afirmam que a questão provavelmente será reduzida na reunião da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, com o chanceler russo, Sergei Lavrov, que acontecerá em meio a uma conferência de segurança em Munique, no fim de semana.

Em Washington, um porta-voz do Departamento de Estado disse que Hillary e Lavrov conversaram por telefone nesta sexta-feira, sem nenhum resultado concreto.

Os diplomatas esperam que a proposta vá a votação na segunda-feira, mas não está descartada a possibilidade de uma sessão no sábado.

(Reportagem adicional de Patrick Worsnip, em Nova York; e de Arshad Mohammed, em Washington)

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