Autoridade dos EUA diz ser prematuro atacar o Irã agora


WASHINGTON (Reuters) - Uma autoridade militar dos Estados Unidos disse no domingo que um ataque militar contra o Irã seria prematuro, porque não está claro se Teerã vai realmente usar as suas capacidades nucleares para construir uma bomba atômica.

Há uma discussão pública em Israel sobre um possível ataque ao Irã para impedi-lo de desenvolver uma bomba nuclear. Os dois inimigos trocam acusações sobre incidentes que aumentaram as tensões recentemente: diplomatas israelenses foram atacados no exterior e um cientista nuclear iraniano foi assassinado em Teerã.

Mas o general Martin Dempsey, chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, disse acreditar que o governo iraniano é um "ator racional". Portanto, seria melhor para os Estados Unidos e seus aliados usarem sanções internacionais e diplomacia para tentar convencer Teerã a não fabricar armas nucleares, disse Dempsey à CNN.

"Eu acredito que não está claro (se o Irã vai fazer uma bomba) e com base nisso, eu acho que seria prematuro decidir exclusivamente que o tempo de uma opção militar chegou", disse Dempsey.

Ele disse que estar certo de que Israel sabe que esta é a atitude dos EUA, mas ele não sugeriu que os norte-americanos teriam convencido os israelenses de que era melhor não atacar o Irã.

"Estou confiante de que eles (Israel) compreendem as nossas preocupações de que um ataque neste momento seja desestabilizador e não atinja os seus objetivos de longo prazo", disse ele.

"Eu não estou sugerindo, sentado aqui hoje, que nós os persuadimos de que a nossa visão é a correta", adicionou Dempsey.

Os líderes iranianos têm respondido claramente à especulação de que Israel poderia bombardear o Irã nos próximos meses para interromper a montagem de armas nucleares, ameaçando retaliar contra qualquer país que lance um ataque contra a república islâmica.

Israel, que seria o único país do Oriente Médio a ter um arsenal nuclear, diz que o Irã com armas nucleares seria ameaça a sua existência. O Irã diz que seu programa nuclear é para fins pacíficos.

Mas uma recente mudança no Irã de seu programa de enriquecimento de urânio para um bunker nas montanhas - possivelmente protegido contra bombardeios - e a recusa em negociar garantias pacíficas sobre o programa têm levantado temores sobre as ambições do Irã, assim como preocupações sobre o abastecimento de petróleo do Golfo.

No entanto, os EUA e funcionários de governos europeus expressaram na sexta-feira um otimismo cauteloso sobre os últimos sinais de que Teerã poderia estar disposto a retomar as negociações com as grandes potências sobre a questão nuclear, após os iranianos enviarem uma carta.

Os Estados Unidos também não descartaram o uso da força militar para impedir que o Irã obtenha uma bomba. Dempsey disse que o exército dos EUA tinha que ter opções disponíveis caso "a nação decida fazer alguma coisa no Irã".

"Eu quero dizer, fundamentalmente, temos de estar preparados", disse ele. "E isso inclui, na sua maior parte, estar preparado defensivamente."

Dempsey discutiu a questão do Irã com líderes israelenses durante uma visita ao país no mês passado. Sua entrevista foi ao ar na CNN enquanto o assessor do presidente Barack Obama para a Segurança Nacional, Tom Donilon, estava em uma visita a Israel para conversas sobre questões regionais, incluindo a Síria e o Irã.

O tenente-general Ronald Burgess, diretor da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA, disse na quinta-feira que as agências norte-americanas acreditavam que Israel ainda não tinha tomado a decisão de lançar um ataque militar em larga escala às instalações nucleares iranianas.

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