Dilma troca líder no Senado; PMDB diz não ver retaliação

Ana Flor e Maria Carolina Marcello, em Brasília

Apenas cinco dias depois de sofrer sua maior derrota no Senado, com a rejeição da recondução de Bernardo Figueiredo à direção da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), a presidente Dilma Rousseff trocou o líder do governo na Casa. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) deixa o posto e, em seu lugar, assumirá Eduardo Braga (PMDB-AM), informaram fontes do Planalto.

Antes da conversa com Jucá, Dilma teve o cuidado de conversar com outros peemedebistas. Falou com o vice-presidente Michel Temer e com os senadores José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL). Fontes ligadas aos três afirmaram que o partido não viu a troca como retaliação, já que a liderança permanece com o PMDB.

"A presidente disse que não faria retaliações e não está sendo incoerente. O PMDB continua no cargo, não é retaliação ao PMDB nem aos partidos da base", disse uma fonte do partido.

O anúncio da troca ainda não foi feito oficialmente e pode ocorrer apenas nesta terça-feira, disse uma fonte do Planalto.

A liderança do PMDB no Senado confirmou que Dilma se reuniu com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e com o líder do partido na Casa, Renan Calheiros, no final da manhã para discutir a troca.

Durante quase duas horas, eles conversaram sobre a troca na liderança e Dilma comentou, segundo relatos, que pretende fazer "um rodízio" na liderança governista na Câmara. Dilma teria comentado ainda que a escolha de Braga tinha o objetivo de "trazer unidade ao partido".

Jucá chegou ao Planalto já sabendo da troca. Ele era líder do governo desde junho de 2006, na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes, já havia liderado o governo de Fernando Henrique Cardoso no Senado.

O nome de Braga foi escolhido por Dilma. Ela já cogitava dar um espaço ao senador no ano passado, quando definia o nome para liderança do governo no Congresso.

A rejeição ao nome de Figueiredo, técnico de confiança de Dilma, aconteceu em votação secreta na última quarta-feira. Segundo a leitura do Planalto, a não-recondução não teria ocorrido sem os votos do PMDB, maior bancada do Senado.

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