Conselho da ONU prepara texto exigindo que Síria cumpra prazos

Por Louis Charbonneau

NAÇÕES UNIDAS, 4 Abr (Reuters) - Uma declaração do Conselho de Segurança da ONU redigida pelos Estados Unidos determina que a Síria cumpra o prazo de 10 de abril para suspender os combates e retirar suas forças dos centros urbanos do país.

O enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, disse na segunda-feira ao Conselho que o governo sírio aceitou o prazo, e que insistiria para que a oposição também suspendesse os combates até 48 horas depois de o governo recuar. Annan pediu ao Conselho que declare seu apoio a esses prazos.

Em resposta a essa solicitação, os EUA redigiram a chamada "declaração presidencial", que segundo diplomatas pode ser adotada ainda na quarta ou na quinta-feira - desde que as potências ocidentais obtenham o apoio da China e da Rússia.

"O Conselho de Segurança exige que o governo sírio implemente de forma imediata e verificável seus compromissos (...) de: a) cessar os movimentos de tropas na direção dos centros populacionais; b) cessar todo o uso de armas pesadas em tais centros; e c) iniciar a retirada das concentrações militares nos centros populacionais e arredores (...) até 10 de abril de 2012", diz a declaração obtida pela Reuters.

Ela acrescenta que o Conselho "pede a todas as partes, inclusive a oposição, que cessem a violência armada em 48 horas após a implementação completa dessas medidas por parte do governo sírio".

Um diplomata do Conselho disse à Reuters que os termos da declaração ainda estão sendo discutidos.

A declaração prevê também que Annan continue informando o Conselho sobre a implementação das seis medidas previstas na proposta de paz aceita em março pelo governo sírio, com o objetivo de encerrar mais de um ano de distúrbios políticos que já deixaram milhares de mortos.

O texto diz que "à luz desses relatos (de Annan) o Conselho de Segurança vai considerar novas medidas" não especificadas. A Rússia e a China até agora rejeitam qualquer possibilidade de sanções a Damasco.

As declarações do Conselho de Segurança precisam ser aprovadas por unanimidade. Não ficou imediatamente clara qual seria a posição da Rússia, embora Moscou já tivesse declarado apoiar o prazo de 10 de abril, e pedido ao governo sírio que desse o primeiro passo pelo fim da violência.

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