Obama tentará seduzir eleitorado latino na Cúpula das Américas
Por Laura MacInnis e Caren Bohan
WASHINGTON, 12 Abr (Reuters) - O presidente dos EUA, Barack Obama, levará no fim de semana sua campanha eleitoral à Colômbia, onde buscará usar a Cúpula das Américas como plataforma para seduzir o eleitorado de origem latina.
A presença de Obama ao lado de líderes latino-americanos em Cartagena funcionará como contraponto à ideia de que seu governo negligencia a América Latina para focar pontos turbulentos do globo, como Afeganistão e Oriente Médio.
O eleitorado latino pode ser decisivo na eleição presidencial de 6 de novembro em Estados como Arizona, Colorado e Flórida, onde Obama fará escala a caminho da cúpula para promover as oportunidades comerciais dos EUA com a América Latina.
Embora o presidente democrata tenha ampla vantagem nas pesquisas sobre os republicanos entre o eleitorado hispânico, muitos membros desse grupo estão frustrados com a falta de reformas na lei de imigração e com o número recorde de deportações durante o atual mandato presidencial.
A viagem à Colômbia será a quarta de Obama à América Latina como presidente. Em junho, ele deve ir ao México para uma cúpula do G20.
Durante os três dias do evento em Cartagena, Obama buscará evitar os apelos de outros governantes para que os EUA suspendam seu embargo econômico a Cuba e repensem sua estratégia de combate ao narcotráfico. Em vez disso, ele buscará focar na expansão das relações econômicas, por meio de acordos comerciais com a Colômbia e o Panamá, e de possíveis projetos energéticos com o Brasil.
Ben Rhodes, assessor da Casa Branca, disse que Obama também irá enfatizar os laços familiares e linguísticos dos EUA com a América Latina. Ele disse que, embora Obama tenha dedicado uma grande parte do seu mandato a lugares turbulentos, como o Afeganistão, ele reconhece que "há uma qualidade ímpar na relação que temos com as Américas".
Os hispânicos são a maior minoria dos EUA, e também a que mais cresce, totalizando mais de 50 milhões de pessoas. Cerca de 22 milhões delas poderão votar em novembro, quando Obama deve enfrentar o republicano Mitt Romney, que tem proposto mais dureza do governo contra a imigração, e aparece bem atrás de Obama nas pesquisas junto aos hispânicos.
"Conquistar o voto hispânico é importante demais em alguns Estados críticos", disse Stephen Wayne, professor de governo na Universidade Georgetown, em Washington. "Ele precisa fazer o máximo para mostrar não só seu interesse (pela América Latina), mas também sua estatura presidencial."
Em 2008, quando se tornou o primeiro presidente afro-americano da história dos EUA, Obama teve o apoio de dois terços do eleitorado latino, o que o ajudou a derrotar o republicano John McCain em Estados com disputas acirradas, como Virgínia, Carolina do Norte e Nevada.