Homem é morto no fim de semana de F-1 no Bahrein, diz oposição
Um homem barenita foi encontrado morto neste sábado após confrontos com a polícia no vilarejo de Shakhoura, disse o partido da oposição Wefaq, um dia antes da realização do Grande Prêmio do Barein de Fórmula 1.
Houve um aumento dos conflitos nos dias que antecederam a prova, um evento muito prestigiado e que foi cancelado em 2011 por causa da instabilidade política. Autoridades estatais esperam que a realização da prova neste ano sinalize ao mundo que a normalidade está voltando ao país, algo rejeitado pelos manifestantes da oposição.
O Wefaq disse que o homem morto era Salah Abbas Habib, de 37 anos, e que seu corpo estava no telhado de um edifício. O partido afirmou que Habib era parte de um grupo que foi agredido pela polícia durante confrontos na noite de sexta-feira.
A legenda, principal partido da maioria xiita no Barein, publicou um foto do corpo de Habib deitado em um telhado.
O Ministério do Interior do Barein afirmou, via Twitter, que está investigando o caso.
A família sunita que governa o país tem batalhado contra a oposição desde o início de uma revolta por mudanças democráticas lançada no ano passado, inspirada nos acontecimentos na Tunísia e no Egito.
O governo inicialmente combateu os protestos introduzindo lei marcial e trazendo tropas da Arábia Saudita. Mas os partidos de oposição retomaram as manifestações de rua, e os jovens xiitas têm se confrontado com a polícia diariamente.
No total, 35 pessoas tinham morrido quando a lei marcial foi retirada, em junho passado. Desde então, esse número subiu para 81, incluindo Habib, de acordo com o Wefaq.
Sayed Hadi al-Mousawi, uma autoridade do partido, disse que não está claro o que causou a morte. "Não estamos com o corpo, porque investigadores oficiais cercaram a região, mas sabemos que ele foi espancado de forma severa. Os colegas que estavam com ele na noite passada foram agredidos com cassetetes e coronhadas de rifles usados para atirar gás lacrimogêneo e abater pássaros".
Ativistas dizem que mais de cem manifestantes foram presos nesta semana. A polícia reconhece que realizou algumas detenções.
O Wefaq e outros partidos de oposição querem mudança para uma democracia parlamentar, com a redução de poder da família Al Khalifa, embora alguns manifestantes rejeitem até a monarquia como um todo.
O governo acusa os manifestantes de terem uma agenda sectária xiita apoiada pelo Irã, algo negado pela oposição.