Polícia vasculha casas de opositores de Putin antes de protesto

Por Steve Gutterman

MOSCOU, 11 Jun (Reuters) - A polícia russa vasculhou casas de proeminentes líderes da oposição ao presidente Vladimir Putin nesta segunda-feira, em um aviso claro de que ele está perdendo a paciência com os dissidentes, um dia antes de uma manifestação que pode atrair dezenas de milhares de pessoas que contestam o governo.

As buscas, que a polícia realizou nos apartamentos de líderes da oposição no início da manhã, são um novo sinal de que Putin está mudando para táticas mais agressivas a fim de reprimir protestos, conforme inicia um mandato de seis anos.

Putin assinou uma lei na sexta-feira que aumentou as multas por violações a ordem pública em manifestações de rua, ignorando avisos de seu Conselho de Direitos Humanos de que era inconstitucional. Opositores de Putin disseram que a lei foi uma tentativa de silenciar a dissidência.

A principal agência de investigação da Rússia informou que planeja realizar cerca de 10 buscas relacionadas a uma investigação criminal sobre violência contra a polícia em um protesto realizado em Moscou na véspera da posse de Putin, em 7 de maio.

Os líderes da oposição Alexei Navalny e Sergei Udaltsov estão entre aqueles cujos apartamentos em Moscou foram vasculhados, informou o Comitê Federal de Investigação em seu site. A apresentadora de TV Ksenia Sobchak e o ex-vice-primeiro-ministro Boris Nemtsov também estão entre os alvos, disseram ativistas.

"Há uma busca acontecendo na minha casa", disse no Twitter Navalny, um blogueiro anticorrupção e um dos organizadores dos protestos desencadeados por denúncias de fraude nas eleições parlamentares de dezembro, a qual o partido de Putin ganhou.

"Eles praticamente arrancaram a porta", escreveu, e mais tarde acrescentou que a polícia havia confiscado os eletrônicos de sua casa, "incluindo discos com fotos das crianças".

Ativistas da oposição prometeram continuar com os planos para o protesto. "Estas medidas repressivas insanas são para assustar as pessoas", afirmou o ativista Sergei Davidis em Ekho Moskvy, acrescentando que os protestos irão adiante como o planejado.

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