Membros de tribo ocupam ministério do Iêmen; italiano é sequestrado
SANAA, 29 Jul (Reuters) - Homens armados sequestraram um oficial de segurança da embaixada italiana no Iêmen neste domingo, quando cerca de cem membros armados de uma tribo, leais ao ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh, invadiram o prédio do Ministério do Interior na capital do Iêmen, Sanaa, exigindo serem integrados à corporação policial, segundo autoridades.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores na Itália disse que um oficial de segurança, que é membro política militar do país Carabinieri, foi sequestrado no Iêmen e que uma comitê de crise havia sido ativado.
Uma fonte no Iêmen, que afirmou à Reuters que a vítima do sequestro era um diplomata, disse que ele estava próximo à embaixada italiana quando "homens surgiram em um carro e o levaram à força."
Mais cedo, os membros de uma tribo que invadiram o prédio fizeram alguns funcionários reféns, mas os libertaram horas depois, segundo uma fonte do Ministério do Interior.
O enfrentamento demonstra que o país ainda continua em turbulência, apesar de um acordo de paz pelo qual Saleh deixou o poder depois de meses de protestos contra seus 33 anos no governo. Ele foi substituído em fevereiro por seu vice, Abd-Rabbu Mansour Hadi.
A invasão é também um desafio direto à autoridade de Hadi, que está tentando reestruturar as Forças Armadas e estabilizar o Iêmen, uma nação árabe pobre, sobre a qual a influência de Saleh ainda é grande.
A autoridade do Ministério do Interior disse que os membros da tribo são seguidores de Saleh que haviam recebido a promessa de serem integrados à corporação policial em troca de sua ajuda para resolver o impasse sobre as revoltas no ano passado. No entanto, eles não receberam a recompensa.
"Ao meio-dia, os homens da tribo, armados, invadiram o prédio do ministério, assumiram o controle do local e subiram ao telhado, com suas armas", disse a autoridade. "Eles se recusam a ir embora enquanto suas reivindicações não forem atendidas."
Membros de tribos iemenitas combateram ao lado do governo em uma ofensiva apoiada pelos Estados Unidos contra militantes ligados à rede al Qaeda. A ação levou à expulsão dos insurgentes de várias cidades no sul do país no mês passado. Muitos combatentes tribais também se alinharam a Saleh, que foi derrubado por um levante popular.
No Iêmen, membros de tribos descontentes com o governo costumam sequestrar estrangeiros e explodir oleodutos e gasodutos, como forma de pressão para que suas reivindicações sejam atendidas.
Em abril, militares e membros de tribos leais a Saleh forçaram o principal aeroporto do país a fechar por um dia, durante um protesto contra a destituição do comandante da Força Aérea, um meio-irmão de Saleh.
(Por Mohammed Ghobari)