Palestinos estão ficando mais pobres, diz relatório da ONU

Em Genebra

GENEBRA, 5 set (Reuters) - A Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad) divulgou nesta quarta-feira uma previsão sombria para a economia palestina, argumentando que as políticas israelenses mais duras e a expansão das colônias judaicas estão causando uma pobreza maior nos territórios ocupados e em Gaza.

A situação agravou-se a partir de 2011 com a queda da ajuda estrangeira, que durante anos forneceu um apoio vital, e reduziu as esperanças para uma retomada mesmo no longo prazo, disse um relatório feito pela agência da Organização das Nações Unidas (ONU).

"As restrições (israelenses) sobre o movimento (das pessoas), a diminuição da ajuda, um setor privado paralisado e uma crise fiscal crônica colocam nuvens no horizonte", declarou a Unctad.

Em meio ao alto desemprego persistente, acrescentou, "um em cada dois palestinos é classificado como pobre". O relatório, preparado para uma reunião da Unctad em Genebra este mês, diz que o impacto da ocupação israelense desde 1968 sobre a base produtiva da economia palestina, em especial sobre a agricultura, "foi devastador".

"A economia perdeu o acesso a 40 por cento do território da Cisjordânia, a 82 por cento de sua água e a mais de dois terços das terras para pasto", diz o documento.

Em Gaza, que está sob bloqueio por terra e mar imposto por Israel, 85 por cento dos recursos de pesca ficaram inacessíveis. A Unctad disse que o crescimento geral de 9,9 por cento na Cisjordânia e em Gaza, governada pelo Hamas, é decorrente da reconstrução depois de uma operação do Exército israelense no fim de 2008 e início de 2009.

Israel diz que aquela operação, marcada pela destruição da região costeira, foi desferida para interromper os ataques com foguetes promovidos por militantes islâmicos contra os vilarejos israelenses ao norte da fronteira.

Em 2011, de acordo com o relatório da Unctad, a minúscula economia de Gaza cresceu 23 por cento, enquanto a Cisjordânia registrou crescimento de 5,2 por cento.

"Mas isso foi levado pela reconstrução do que havia lá e não é sustentável", disse um funcionário da agência, Mahmoud Elkhafif, a jornalistas.

O Produto Interno Bruto de Gaza ainda está 10 por cento abaixo do nível registrado em 2005, e a expansão geral no ano - a partir de um ponto baixo de 2010 - foi acompanhada por um declínio nos salários reais e na produtividade nos territórios palestinos.

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