Ex-policial chinês envolvido em escândalo admite que tentou fugir

Por Terril Yue Jones

CHENGDU, China, 18 Set (Reuters) - Um ex-chefe de polícia envolvido no maior escândalo político das últimas décadas na China admitiu ter tentado fugir para os EUA, e não respondeu às acusações de suborno e espionagem imputadas durante seu julgamento nesta terça-feira, segundo uma fonte judicial.

Wang Lijun, ex-chefe de polícia no município de Chongqing, no sudoeste chinês, tentou acobertar o assassinato de um empresário britânico sob sua jurisdição. O caso acabou levando à condenação da mulher do dirigente regional Bo Xilai, até então uma estrela em ascensão na política nacional.

Mas os promotores disseram que a posterior cooperação de Wang foi crucial para desvendar o homicídio e para revelar outros crimes não especificados. Por isso, ele deve receber uma sentença leniente, daqui a cerca de dez dias.

"O acusado Wang Lijun voluntariamente se entregou após cometer o crime de deserção, e então fez um relato fiel dos principais crimes envolvidos na sua deserção", disse o porta-voz judicial Yang Yuquan, referindo-se a dramática fuga do réu para o consulado dos EUA em Chengdu, em fevereiro.

Wang, segundo o porta-voz, "expôs pistas relativas a graves ofensas criminais por terceiros, e desempenhou papel importante na investigação e no trato dos casos relacionados. De acordo com a lei, sua punição poderá ser reduzida".

Jornalistas foram impedidos de acompanhar o julgamento num tribunal de Chengdu, e receberam informações de um funcionário judicial em um hotel próximo.

Os crimes imputados a Wang acarretariam normalmente em longas sentenças de prisão ou mesmo a pena de morte.

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